- Ai, ai!... Mãe!... ela está a ficar atrapalhada. Dizia-me ele.
- Não dês ênfase à situação. Respondia-lhe eu.
- Vou para ali?
Perguntaste-me. Acenei-te com a cabeça… Sim. Aproximaste-te do cadeirão de verga e com visível dificuldade, sentaste-te. Pernas juntinhas. Mãos apoiadas no acento, bem coladinhas às coxas. Ficaste. Trazias o vestido vermelho, aos quadradinhos. E juro-te que o teu rosto, habitualmente pálido como marfim, se tornou quase tão rubro como o vestido. Por detrás desses óculos (ficam-te a matar, acredita) os teus olhos recortaram-se em sinal de medo. Mas os lábios sorriam. Um sorriso contido. Mas sorriam. Percebi que querias ser forte. Aguentar-te à bronca, melhor dizendo. E fiz-te a vontade, linda. Ajudei-te (era isso que querias que fizesse, não era?).
O teu irmão gesticulava por trás de ti (tenho impressão que o vi roer as unhas). A tua irmã foi até à porta (não a leves a mal, temia que fizesse sangue). Eu mantive-me ali, à tua frente (acho que o homem teve mesmo que me dar um encontrão para lhe desamparar a loja). Os preparativos. Mantiveste o mesmo olhar e o sorriso fez pause, ali mesmo… no ponto que descrevi atrás.
Primeiro uma. Não era preciso (mas não fosse o diabo tecê-las) pedi licença ao homem para te levar ao espelho. Play no teu sorriso. Abriu um bocadinho mais (eu sabia que animava). Ajudei-te a sentar novamente. Não era preciso, eu sei… mas quis colaborar.
Depois a outra. Conseguiste, linda. Portaste-te como uma menina corajosa. Eu sei que estavas com medo. O teu irmão suspirou. A tua irmã voltou.
- Já está? Não fez sangue? Doeu?
- Não. Respondemos-lhe em simultaneamente, cada um a seu tom. Nem sabias o que fazer. Como recompensa, tornei a levar-te ao espelho (também não sabia muito bem, como agir, percebes?). Linda. O teu tom de pele tinha voltado ao normal. Levantei-te o cabelo. Deixei-te estar até quereres. Viste uma menina corajosa… que já sabe o que quer. Foi isso que viste, não foi? Reparaste ao menos nos brincos?
Escolheste bem. Ficam-te lindamente. Esperei mais de 4 anos, para te poder decorar as orelhas. Caraças!... adoro brincos! Mas essas orelhitas, só foram furadas quando tu quiseste.
6 comentários:
Furei as orelhas já quando tinha cabelos brancos. Mas, não gosto de brincos, ou melhor gosto, mas não gosto de os ver em mim. Não me dou com a joelheria, nem com a bijuteria, nem em festas... deve ter um motivo, mas não ligo mesmo.
Ainda bem que ela gostou.
lol! Para que coisa linda deu um furar de orelhinhas. Gostei. A tua menina é uma valente :)
Os meus primeiros brincos !
Tinha 18 anos :-)
(aliás houve muita coisa que eu só fiz nessa idade...)
Sou como tu: adoro brincos.
Depois tornei-me alérgica e desabituei-me de os usar.
Ainda vou à procura deles...
Beijo
PS: estava muito vaidosita ? mais do que a mãe ? :-)
Também furei as minhas já com cabelos brancos. Aos 22 anos. Pois... apareceram cedo. Beijinho, Partilhas.
Pois é yardbird. Está a revelar-se uma miúda com coragem. Beijinho.
Estava mais satisfeita com ela própria, Inconformada. Sabes?!... quando te desenrascas com uma coisa qualquer (ou tens uma ideia genial, eheh)?!... sentes-te a maior?!... Assim estava ela. Os brincos eram secundários. Grande miúda. Beijinho para ti.
:-)
Também só furei as orelhas das miúdas quando elas mo pediram: este ano!
(eh eh eh Inconformada! )
A próxima a furar sou eu (lol)... o nariz!
Beijinho :-)
Gosto de ver no nariz. Bem pequenino, de preferência um brilhante transparente. Mas ãcho que não sou capaz de usar. No umbigo, talvez um dia destes, eheh. Beijinho.
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