(registo para a posteridade… isto vai evoluir)
Tenho verificado conscientemente (umas vezes mais, outras, menos) a evolução do meu “agarramento” ao pc. À net. Aos blogs (ao meu e aos vossos, acreditem que não faço distinção). Tempos houve, que por razões profissionais, o meu pc estava ligado uma série de horas, durante o dia. As consultas na net, as visitas aos correios, eram frequentes. Necessárias. Sempre por razões profissionais. Hoje não é assim. Eu ligo o pc e entro na net, por razões quase sempre, pessoais. Para visitar os blogs (ver se há novidades). Para ver o correio. Uma série de vezes, durante o dia. Uma série de vezes, durante a noite (que o sono às vezes não me encontra). Muitas vezes, tomo o pequeno almoço à frente do pc, de janela aberta para esse lado. Outras tantas, entro em casa, depois de uma saída prolongada, e a primeira coisa que faço, é ligar o pc, na mesma janela. Quantas vezes, vou fazendo o jantar e bisbilhotando, simultaneamente. Pior… vezes demais, digo aos meus filhos que “hoje não há história para ninguém”, quando ma pedem no momento de ir para a cama.
Esta constatação fez-me regressar à razão pela qual, me iniciei na blogosfera. Sempre escrevi compulsivamente. A maior parte das vezes, para ninguém ler. Para a gaveta. Uns quantos textos para oferecer aos amigos. Outros tantos, para enviar a publicações da nossa praça. Enfim… a bem dizer, escrevi sempre para vazar a alma e dar espaço para que voltasse a encher. Um ciclo vicioso sim, mas que me dá imenso prazer. Do qual, dificilmente me livrarei alguma vez. A determinada altura, foi surgindo a necessidade de escrever para ser lida. Começava-me a parecer demasiado muda, a forma como escrevia. Surgiu a blogosfera. Perfeito. Pensei eu. Agora vou ter quem me leia. Até há comentários e tudo. A recolha de reacções é porreira.
Era perfeito, era. Não fosse eu começar a afeiçoar-me aos meus leitores. Não fosse eu ser “mocinha” pouco racional, muito dada ao raio das emoções. Não fosse esta menina assim, e tudo corria sobre rodas. Não me extravasava ao limite da blogosfera. Mas não. Com alguns de vocês desenvolvi mesmo relacionamentos de amizade, em curtíssimo espaço de tempo Com preocupações e tudo (ando apreensiva com a questão das cores e com a ausência do pássaro divino, a sério que ando). Tenho uma necessidade imensurável de ver olhos, tocar nas mãos, dar abraços, ouvir a voz…eu sei lá.
Verifico assim, que este meio é demasiado virtual para as minhas necessidades. Preciso de ouvir em que tom se diz “es-tú-pi-do” ou “Ah, sim?!”. Ler nos olhos o estado de espírito com que se escreve “Preto no branco” ou “Vulcão” (não, não vou fazer links). Estar à conversa à volta de uma fogueira e partilhar o calor de um cobertor com alguém que tenha comigo, inúmeras similaridades. Encantar-me com a forte personalidade de quem vive sozinha com um filho. Ajudar a acalmar a contestação de uma jovem de valores bem alicerçados. Tomar um copo, estar à conversa… pele com pele. À falta de tudo isto… ouvir pelo menos, a voz. O tom de voz. Em indiscreta gargalhada. Ou em sussurro. Voz vacilante ou nervosa. O alívio por nos encontrarmos. Anda cá, vamos conversar. Eu oiço-te. Tu ouves-me. Dos grafemas aos fonemas, vai uma distância que não suporto. Não sendo possível tê-los (aos fonemas e a todos vocês) prefiro reduzir isto à sua essência. Eu e o meu porto de abrigo. Falta saber como o vou fazer. Quando decidir, digo (ou melhor… escrevo).
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