quarta-feira, novembro 29, 2006

Moon River

(para um miúdo adoentado)



Moon River - Andy Williams

Moon river, wider than a mile
I'm crossin' you in style some day
Old dream maker, you heartbreaker
Wherever you're goin', I'm goin' your way
Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end, waitin' 'round the bend
My huckleberry friend, Moon River, and me
instrumental-first verse
Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end, waitin' 'round the bend
My huckleberry friend, Moon River, and me

segunda-feira, novembro 27, 2006

Cheias 2006



















Junho


















Novembro
Fotos aq
Ribatejo

sábado, novembro 25, 2006

Peter Frampton II


foto daqui

Verão de 1979. Tinha acabado de fazer 17 anos. Eu e a minha prima de Queluz, apenas 1 ano mais nova que eu, consolidávamos laços próximos de amizade. Estávamos atrasadas, porque não tínhamos crescido juntas, já que eu tinha chegado a Portugal, apenas 4 anos antes. Fomos inseparáveis durante uma data de anos.

Passámos esse verão juntas, ora em casa dela, ora em minha casa. Tomámos como nossos os gira-discos de ambas as casas. E neles, fizemos residente o LP de Peter Frampton – Comes Alive. Estávamos nos primeiros anos de consumo musical seleccionado à nossa responsabilidade, ou seja, já não ouvíamos a música escolhida pelos nossos pais. Agora, eram eles, coitados, que tinham que levar pelos ouvidos adentro, com Peter Frampton em altos berros, acompanhado em coro, pelas vozes gritadas de 2 miúdas extasiadas. Foram muito pacientes.

Verão de 1979. Era este o meu cenário.

Peter Frampton I





Show Me The Way - Peter Frampton
Live in Detroit – 1999

I wonder how you're feeling
There's ringing in my ears
And no one to relate to 'cept the sea
Who can I believe in?
I'm kneeling on the floor
There has to be a force
Who do I phone?
The stars are out and shining
But all I really want to know...

Oh won't you show me the way
I want you to show me the way

Well, I can see no reason
You're living on your nerves
When someone drops a cup and I submerge
I'm swimming in a circle
I feel I'm going down
There has to be a fool to play my part
Someone thought of healing
But all I really want to know...

Oh won't you show me the way
I want you to show me the way
I want you day after day

I wonder if I'm dreaming
I feel so unashamed
I can't believe this is happening to me
I watch you when you're sleeping
And then I want to take your love

Oh won't you show me the way
I want you to show me the way
I want you day after day

sexta-feira, novembro 24, 2006

Lições de vida

foto daqui

De há uns 2 anos a esta parte, julgo que por alteração (in)voluntária dos meus objectivos de vida, tenho vindo a experimentar algumas sensações, de que antes, não tinha noção.

Contando que me encontre mais ou menos, a meio da vida que tenho para viver, não me sinto de todo, a descontar dias até que chegue ao fim. Obviamente, como a maior parte das pessoas, tenho planos para o futuro e “coisas” que anseio vir a possuir.

No entanto, parece que ficou para trás, aquela fase em que me sentia a construir um pequeno império, ou seja, a satisfação de somar aos bens que já tinha (ou julgava ter) outros que ia tendo. Refiro-me mesmo a bens, às “coisas” que se adquirem a troco de dinheiro. Merdices topo de gama (ou nem tanto).

Claro, que gostaria de ter uma casa maior, um escritório individualizado e apetrechado com mais e melhor equipamento, roupas mais giras para os meus filhos, até mesmo para mim. Ter dinheiro para o raio da Berg com que o meu filho sonha, ou os MP3 que as minhas filhas querem. Claro que gostaria de pagar melhor à senhora que toma conta dos meus filhos, trocar de lugar com as minhas clientes de estética… essas coisas todas.

Mas porra!... cada vez que ao final do dia, sento os meus filhos à mesa, lhes ponho à frente um prato de comida perfumada e quente acabada de fazer, os vejo a atacar o prato, todos limpinhos e quentes nos seus roupões macios e após a refeição os observo a aconchegarem-se ao quente da lareira, penso frequentemente:

- Temos uma sorte do caraças!

Ainda retenho essa sensação, quando antes de me deitar, vou aos quartos aconchegar-lhes as roupas da cama e confirmar que as pernas deles estão esticadas debaixo delas, sinal de que não têm frio.

Quando me recolho finalmente, levo muitas vezes no pensamento, as pessoas sem abrigo e aquelas que o têm, ainda mais débil que o meu. É sobretudo, nestes dias frios, chuvosos e ventosos que julgo não ter direito nenhum para me queixar da vida.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Taralhoquices II

Tinha acabado de mandar os miúdos para o pai. A azáfama dos preparativos, impediu-me de ir comprar tabaco mais cedo. O café onde habitualmente vou, mesmo ao lado da minha casa, costuma fechar às 9 da noite. Já eram 10, por isso, tinha que ir a outro, à mesma, na minha rua, mas em sentido contrário e mais distante.

Ainda no mesmo ritmo acelerado, agora desnecessário, já que estava liberta de compromissos, deitei mão ao primeiro casaco que encontrei, que mesmo não sendo meu, vesti apressadamente (uma das vantagens a que chegamos quando os nossos filhos começam a ter tanto corpo como nós – o casaco era do meu filho). Resolvi espreitar-me ao espelho antes de descer as escadas. Ainda bem. Estava com “o cabelo à bruxa do Harry Potter”, como dizem os meus filhos. Apressadamente teci uma trança que me baixasse o volume ao cabelo e desci as escadas, ainda sem consciência de que já não tinha pressa.

Fechei a porta atrás de mim e virei à direita (trajecto A). 2 ou 3 passos depois, apercebo-me ao longe, do vulto de 2 pessoas a sair e a fechar a porta do café onde pensava ir (costuma estar sempre aberta) – Olha!... já estão a fechar – pensei. Imobilizei-me no meio da rua e foquei os olhos na tentativa de reconhecer os vultos, contando que pudessem ser os donos do café e me fizessem sinal para avançar, que me valiam ainda. Em vão. Não reconheci os vultos. Mas, como não fizeram nenhum sinal, calculei que não seriam os donos, ou se fossem, não estavam para me aturar.

Por isso, virei costas e devolvi ao caminho os 2 ou 3 passos que tinha dado, voltando à porta de minha casa (trajecto B). A intenção era ir buscar as chaves do carro para ir a outro café, este ainda mais longe, comprar o raio do tabaco. Antes de meter a chave à porta lembrei-me que poderia ter a chave no bolso das calças. Verifiquei. Sim, tinha as chaves comigo. Por isso, tornei a arrepiar caminho, desta vez em sentido contrário, em direcção ao carro, do outro lado da rua (trajecto C). Já mesmo em cima do carro, vejo que não é o meu (já não é a primeira vez que confundo aquele carro com o meu... são da mesma cor). Tinha estacionado o meu, na rua travessa à minha. Voltei portanto, a mudar o rumo aos meus passos em direcção, agora sim, ao meu carro (trajecto D). Com tanta taralhoquice, foi assim que movimentei as minhas pernas. Fatal, para o que se veio a desenrolar depois.

Lá fui eu de carro ao café mais longe, buscar cigarros. De cabelo aprisionado numa trança e com o casaco acolchoado do meu filho (este pormenor é importante). Despachei-me num instantinho. Voltei. Estacionei o carro, agora, no lugar habitual, ou seja, atrás do outro carro da mesma cor que o meu, mesmo à frente da minha porta, do outro lado da rua. Entrei em casa.

Poucos minutos depois, toca-me o telefone de casa. Atendi. Era a minha vizinha do café mais perto (o tal que fecha às 9). Tão aflita que ela estava.

- Ó Ana!... você não se deu conta de movimentos suspeitos aí junto à sua porta? – perguntou-me.

- Movimentos suspeitos? Não. Entrei agora mesmo em casa e não dei conta de nada. Porquê? Roubaram-lhe outra vez as bilhas do gás? – foi a primeira coisa que me ocorreu.

- Não. Não. É mesmo, aí à sua porta. É que vieram aqui agora, 2 senhoras que viram um homem aí, a rondar a sua porta. Elas vinham do café do fundo e viram-no aí… para trás e para a frente… depois, subiu a travessa – explicava-se.

Ainda fui à janela da frente espreitar à rua, mas quando ela me descreveu pormonorizadamente, o movimento que o tal homem tinha feito e o casaco que trazia vestido, percebi logo o que se tinha passado. Disparei a rir.

O tal homem, de casaco acolchoado, que rondava em vaivém, a porta da minha casa, não era senão, eu própria. E os 2 vultos que eu tinha visto sair do café do fundo, eram afinal, as 2 senhoras que preocupadas, estavam em casa da minha vizinha do café, para todos juntos, me defenderem do malandro.

Nunca ninguém me tinha confundido com um homem. Se tivesse saído à rua com o cabelo solto, as tais senhoras tinham-me reconhecido, seguramente.

terça-feira, novembro 21, 2006

José Cid




10 da manhã de ontem. Já o tinha ouvido chamar-me em vão. Como não se aborreceu comigo, fui-me deixando ficar no calor da minha cama de menina, onde os lençóis têm um cheiro próprio e a almofada sabe-me melhor que outra qualquer (não sei porque não a trago de vez).

Confortavam-me os passos dele, de um lado para o outro, no corredor comprido. Entreabri os olhos, quando me pareceu ouvi-lo assobiar e fiquei atenta. Era mesmo. Tinha ouvido bem. Ele assobiava, de facto.

Ainda mal me tinha recomposto do assobio, esbugalharam-se-me as pálpebras. Música. ERA MÚSICA. José Cid, pois.

O meu pai tinha ligado o velho e potente gira-discos, em altos berros (ou para que eu acordasse de vez, ou porque já não ouve como ouvia).

Saltei da cama e procurei-o. Substituí o habitual beijo de bom dia por um abraço apertado. Ele perguntou-me:

- Quê?!... é por causa da música?

A alegria que me enchia o peito sufocou-me a resposta. Há mais de 8 anos, não ouvia música naquela casa.

domingo, novembro 19, 2006

Nonsense

- A mamã fazia anos hoje. É só para dar um beijinho.

Maria acaba de escrever o sms e envia-o. Primeiro, para o seu irmão João. Depois para o outro irmão, José.

Poisa o telemóvel no colo. Usa agora o telefone fixo e liga para o seu pai. Há 8 anos, neste dia, tem este procedimento.

O pai atende. Maria desenvolve conversa nada circunstancial. Propositadamente, em desencontro com a razão do telefonema. Qualquer tema serva, menos o verdadeiro. Enquanto o pai se queixa da falta de força nas pernas, resposta que ela própria lhe apontou quando resolveu perguntar “então, como é que isso vai?”, recebe a devolução do primeiro sms.

- Eu sei. Pus um lembrete no telemóvel para não me esquecer. Já telefonei ao papá. Um beijinho para ti, também.

Enquanto ouve o pai e vai acrescentando uma ou outra palavra que lhe mantenha o desenvolvimento das queixas, pergunta ao irmão:

- Ele lembrou-se?

Aguardando resposta, vai questionando o pai se tem ido a Lisboa. O pai responde que sim e torna a queixar-se das pernas, que mais dia, menos dia, não lhe permitirão tais deslocações. Entretanto, recebe resposta do outro irmão:

- Não me esqueci. Fui a casa do papá há bocado cortar o cabelo. Ele não se lembrou. Beijo.

Maria pergunta agora, pelos amigos do pai, aqueles com quem costuma ir a Lisboa. Um a um. Enquanto o pai corresponde às suas solicitações, recebe resposta à pergunta que tinha enviado ao seu irmão João:

- Acho que não. Eu não disse nada. Ele também não. Outro beijo.

Simultaneamente o pai observa:

- Tens para aí qualquer coisa a apitar.

- Estou a trocar sms com o João e o José - justifica-se.

- Olha… o João telefonou há bocado. Vem almoçar comigo no Sábado. E o José veio cá cortar o cabelo hoje. Mas eu já não posso, Maria. Vejo-me aflito com as minhas pernas… - Continua a queixar-se.

Pergunta-lhe depois pelos netos. Maria responde o mais sucintamente possível. Supõe que o telefonema está quase no fim. Esta é a pergunta que o pai costuma fazer, quando já não aguenta mais as pernas, depois de estar alguns minutos de pé, a falar ao telefone. Teimando. Teimando em não trocar aquele, por um telefone sem fios. Teimando. Teimando em não colocar ao menos, um cadeirão junto à mesinha do telefone.

- Ó filha!... eu tenho que desligar. Já estou aqui de pé, há muito tempo – ouve o pai dizer.

Maria sorriu, confirmando a sua suposição.

- Vá lá, papá… descansar. Um beijinho – despediu-se.

Até ao ano passado, não tinha, mas hoje tem, a certeza de que o pai já não se lembra de facto, do aniversário da sua mãe. Doem-lhe demasiado as pernas, para que o consiga fazer.

Melhor assim. Antes esta, que a outra dor. Porque a outra, quase lhe tirava a vida também.

Monumental













foto daqui

O Concerto dos U2, Vertigo from Chicago, com que a RTP 2 nos brindou hoje há noite. Estou longe de os conseguir imaginar ao vivo.

sábado, novembro 18, 2006

Não deixes de o fazer





















foto aq
Seixal 2006

Quando um dia te reflectes e não vês a imagem habitual, é apenas uma ilusão óptica. Não acredites nela. Compreende antes, o que te distorceu a visão. Compreende, amiga. Não deixes de o fazer.

quinta-feira, novembro 16, 2006

16 de Novembro



Be Tender With Me Baby - Tina Turner

Faz hoje anos que nasceu uma pessoa.
Se ela não tivesse nascido, eu não existia.
E se ela ainda existisse, eu era mais feliz.

Também faz hoje anos que nasceu outra pessoa.
Conforto-me porque esta, ainda existe.







foto daqui

quarta-feira, novembro 15, 2006

Segurança





















foto aq
Barragem de Magos - Ribatejo 2006

Taralhoquices I

Diz A para B:

- Ó B!... tens o número de telemóvel da C?

- Não sei, só vendo – responde B.

B encaminha-se para o carro para ir buscar o seu próprio telemóvel e consultar a agenda. De repente, ocorre-lhe que tinha deixado o telemóvel em casa a carregar. Volta para trás.

- Epá!... não trouxe o telemóvel. Mas a D tem, de certeza. Arranja-me aí um telefone que eu pergunto-lhe – Sugere B.

A dá o seu telemóvel a B que se prepara para marcar o número de D. Vacila na marcação e convence-se que não tem o número memorizado.

- Ai!... não me lembro agora do número da D. Porra! – diz B - Mas deixa estar que mal chegue a casa telefono-lhe e mando-te o número por sms – acrescenta.

Assim fez. Chegou a casa. Mandou o primeiro sms para D:

- Tens o número da C?

D responde também, por sms:

- Qual C?

B manda o 2º sms para D:

- A C do E, porra! (como se não houvesse mais nenhuma).

- Eu acho que é o 000000000, mas não tenho a certeza – responde D.

B reencaminha o sms para A. Como não sabe o número de A de cor, utiliza a agenda do telemóvel. Age rapidamente porque sabe haver urgência no contacto. Pelo caminho do dedo a correr os contactos da sua agenda, parece-lhe passar pelo nome B, mas não se detém. Após despachar o reencaminhamento do sms vai verificar a sua impressão e de facto, tem na agenda, afinal, o número de uma C.

- Porra! – pensou – afinal, tinha aqui o número.

Escreve outro sms a A:

- Afinal, tinha aqui o número. É o 000000001.

Assunto arrumado, pensou.
Dois dias depois, B encontra A na rua. A faz-lhe sinal mostrando intenção de lhe falar.

- Mandaste-me o número errado. Deste-me o da C sim, mas foi o da C.2 e não o da C.1. O primeiro número que mandaste é que estava certo.

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Análise:

Erro 1 - B devia ter confirmado se tinha ou não, o número de C, antes de perguntar a D.
Erro 2 – Não ocorreu a B
que podia conhecer mais do que uma C.
Erro 3B devia calcular que não sendo C.1 uma pessoa muito próxima, não seria suposto ter na sua agenda do telemóvel, o seu número.
Erro 4 – Sendo C.2 uma amiga chegada, nunca a deveria ter confundido com outra C.
Erro 5B já devia saber que asneira sempre de cada vez que é pressionada com a escassez de tempo, logo devia ter calculado uma margem de erro.

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Conclusão (simpática):

B é taralhoca até dizer chega.

Conclusão (menos simpática):

É muita asneira junta para uma merdice de nada.

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Nota da autora:

Hoje apetece-me “dizer mal”.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Às voltas com a minha memória

Acredito que nem toda nós reajamos assim, mas eu deixo-me perseguir por recordações ou imagens que surgem numa espécie de flash e me relampejam a memória. Muitas vezes este processo é desencadeado pela música. Outras vezes por impressões dejà vu. Ou ainda, por rostos. Refiro-me a perseguição, porque alguns destes flashes não me dão descanso, enquanto não os localizo aqui (algures, no meu cérebro). Quando finalmente, focalizo a memória, acaba a perseguição. E eu fico em paz. Enfim, suponho que sejam problemas que me trazem os anos somados.

Já lá vai o tempo em que me incomodava com isto. Hoje, resignada ao avanço na idade e ao recuo no controle da minha memória, opto por cumprimentar todas as caras que me pareçam familiares, mesmo que não me lembre de todo, de onde as conheço. Enfim… prefiro passar pela maluquinha que fala a toda a gente, do que passar por mal-educada.

Mas o motivo que me leva a escrever este texto não tem muito a ver com caras familiares. Tem antes, a ver com uma música. E há uma que me tem perseguido de há uns anos a esta parte. Uma que é diferente de todas as outra, que me trazem recordações.

Todas as músicas que estimulam a minha memória estão habitualmente, identificadas. Reconheço-as. Identifico-as. A elas, músicas e às recordações que me atiçam. É como se pertencendo ao meu passado, tivessem comigo, sido arrastadas enquanto caminhámos no tempo. Crescemos juntas.

Mas esta música que me perseguia é uma espécie de cara familiar que não consigo situar. Conheço-a mas não sei de onde. Pior ainda… uma cara familiar e íntima. Muito intima.

Apesar de identificar o título da música e da banda que a toca e canta, incomodava-me profundamente, não ser capaz de a situar no embaralho em que a minha memória se tornou. Com a agravante de ser uma música que me dá colo, era quase uma desconsideração, não me lembrar da primeira vez que a ouvi, do percurso que fiz com ela. Hoje, depois de a tornar a ouvir, desta vez, no rádio do meu carro, confrontei-me irritada, com o meu arquivo. Embrenhei-me por um matagal ressequido e de catana numa mão e um mapa na outra, desbravei terreno, segui as pistas e cheguei ao princípio. Consegui. Encontrámo-nos.

Trata-se de Everybody Hurts dos REM. Foi a primeira música que coloquei no blog (podem ouvi-la e vê-la no sidebar). Carregava, desarrumada, esta música. No ano passado, ao topo das minhas escadas, alheei-me da conversa que mantinha com uma pessoa, quando me entrou pelos ouvidos, vinda do rádio do carro parado à frente da minha casa. Já fartinha de a ouvir, tive o primeiro laivo de focalização na minha memória. Relacionei-a com um filme que tinha visto anos atrás - When a Man Loves a Woman , realizado em 1994. Um filme que me marcou profundamente, na altura em que o vi.

Demorei um ano a confirmar esta sensação. Foi hoje, de volta do Google
aqui e depois, aqui. Gastei tempo neste intento, mas confirmei de facto, que a proximidade a esta música e a forma como me toca, tem tudo a ver com a fase da minha vida em que vi o filme e calculo, a tenha ouvido pela primeira vez. A música é de 1992.

Às voltas com a minha memória a enfraquecer, concluo que esta melodia, seja talvez, a melodia da minha vida.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Bancos de Jardim III

















foto aq
Ribatejo 2006

quinta-feira, novembro 09, 2006

Aerosmith – Eat the Rich


foto aq

São quatro (já foram mais) e o telemóvel. Têm a mesma função que a minha mãe teve durante uma data de anos e o pai dos meus filhos, durante outros tantos. Ou seja, despertam-me de manhã, de dez em dez minutos. Na verdade, umas vezes despertam-me, outras… nem por isso.

Antes de ontem (anteriormente a ter perdido temporariamente, a vontade) vinha aqui queixar-me de mim. Como sou um bocado de ideias fixas, a determinação não passou e portanto, é hoje que o faço.

É que não acho isto nada normal. A sério que não. Não conheço ninguém com esta particularidade, senão, com alguma semelhança, o meu irmão mais novo.

Não é coisa recente. Foi, desde que me lembro, sempre assim. Piora naturalmente, se dormir poucas horas. Ou seja, quanto menos horas durmo, maior o sono anestésico, pior o despertar, chegando mesmo a ser necessário reanimar-me.

Claro, agora que o despertar ou a reanimação estão entregues a mim própria, vale tudo. Mesmo tudo. Assim me valha a criatividade. A minha e a dos outros, que todas as ideias são bem-vindas.

Ora, antes de ontem de manhã, foi um drama. Nenhum dos métodos de despertar funcionou. A reanimação não se deu. Vai daí, acordei com 2 (leram bem) 2 horas de atraso. Foi o caos. Nenhum de nós (que isto parece ser mal de família) desperta instantaneamente. Por isso, o acordar do nosso sono anestésico foi perfeitamente convulsivo. Parecíamos formigas estonteadas com algum insecticida a correr de um lado para o outro. Eu procurava coisas que tinha debaixo do nariz. Corria a acudir o que me parecia mais desperto. A camisola que a minha filha está farta de vestir, ontem, farpeava-a. À outra, parecia que lhe tinham crescido os pés, ou encolhido as meias. O meu filho lavava os dentes antes de comer. Todos tontos.

Vai daí, pensei: Problemas graves exigem medidas drásticas. E ocorreu-me mais uma ideia. Há 2 dias que funciona na perfeição e àquela horinha certa, mais rápido que um pestanejar, as minhas pálpebras escaqueiram-se determinadas.

Ora bem, aos 4 despertadores que tenho em acção, mais o telemóvel, juntei agora, mais um método de despertar. Programei o hi-fi para o fim. Se nenhum dos métodos funcionar até chegar à sua vez (e não têm funcionado) às 7.15 horas começo a ouvir Aerosmith – Eat the Rich a 22 db (podem ouvi-la no sidebar). Uma verdadeira bordoada na cabeça. O que vale é que não tenho vizinhos.



Nota
- Não tenho nada contra os ricos. Não é a letra que me reanima. É mesmo, a música.


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Aerosmith - Eat the Rich

Well I woke up this morning
On the wrong side of the bed
And how I got to thinkin'
About all those things you said
About ordinary people
And how they make you sick
And if callin names kicks back on you
Then I hope this does the trick

'Cause I'm sick of your complainin'
About how many bills
And I'm sick of all your bitchin'
'Bout your poodles and your pills
And I just can't see no humor
About your way of life
And I think I can do more for you
With this here fork and knife

chorus:
Eat the Rich: there's only one thing that they're good for
Eat the Rich: take one bite now - come back for more
Eat the Rich: I gotta get this off my chest
Eat the Rich: take one bite now, spit out the rest

So I called up my head shrinker
And told him what I done
He said you best go on a diet
Yeah I hope you have some fun
And a don't go burst a bubble
On rich folk who get rude
'Cause you won't get in no trouble
When you eats that kind of food
Now they're smoking up their junk bonds
And then they go get stiff
And they're dancing at the yacht club
With Muff and Uncle Biff
But there's one good thing that happens

When you toss your pearls to swine
Their attitudes may taste like shit
But go real good with wine

chorus

Believe in all the good things
That money just can't buy
Then you won't get no bellyache
From eatin' humble pie
I believe in rags to riches
Your inheritance won't last
So take your Grey Poupon my friend
And shove it up your ass!

chorus:
Eat the Rich: there's only one thing that they're good for
Eat the Rich: take one bite now - come back for more
Eat the Rich: don't stop me now I'm goin' crazy
Eat the Rich: that's my idea of a good time baby


quarta-feira, novembro 08, 2006

Nem tudo é mau

Eu hoje vinha aqui para "falar mal de mim". Até já tinha uma fotografia para a ocasião. Mas mudei de ideias. Agora, já não me apetece falar mal de mim. Talvez amanhã, se já me tiver passado a euforia.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Pessoas confiáveis

Percebi hoje que as pessoas que me inspiram confiança inquestionável me suscitam sobretudo, uma espécie de ternura. A novidade é que até agora, tinha uma percepção inversa, ou seja, tinha tendência em confiar nas pessoas que me suscitassem semelhante afeição. Mas nem sempre.

O que eu não consigo perceber de todo, foi o percurso que o meu pensamento fez até chegar a esta consciência. Perfeitamente ininteligível.

domingo, novembro 05, 2006

Farmácia de serviço

(Isto a mim sabe-me a mimos)

Ontem à noite deitei-me com uma dor de cabeça descomunal, depois de tomar a medicação habitual. Eram os últimos 2 comprimidos que tinha.

Hoje acordei com dor de cabeça. E agora?... faço o quê? – pensei. Não tinha nada para tomar. Nem nenhum adulto que se metesse num carro para ir a uma farmácia de serviço. Auxiliei-me dos recursos que tinha à disposição e vai de pegar no telefone ligando para os vizinhos do café aqui da rua. Atendeu o gravador de mensagens. Porra!... – pensei.

- Olá, meninos! Era só para ver se tinham para aí alguma coisa para as dores de cabeça. Vou ver se me desenrasco com a B. Beijinhos. – foi o recado que deixei.

Desesperada, não perdi tempo e liguei para a minha comadre. Ainda estava ao telefone com ela, quando tocaram à campainha da porta.

Era o meu vizinho do café com uma carteirinha de analgésicos.

Melhor que uma farmácia de serviço.

sábado, novembro 04, 2006

Correntes

Não tenho boa recordação destas mensagens, questionários (ou sei lá) que se passam em corrente, de umas, para outras pessoas. Lembro-me da primeira vez que fui alvo da escolha de alguém. Tinha menos de 11 anos, porque ainda foi em Moçambique. Apareceu-me um papel dobrado dentro da pasta da escola e eu levei-o muito a sério. É que a minha ingenuidade de menina, fez-me temer as promessas de azar alvejando quem quebrasse a corrente, expressas no papel. Para que nenhum mal me acontecesse, tinha que copiar as palavras todas que lá estavam (e eram muitas) 10 vezes e passá-las da mesma forma anónima, para outras tantas pessoas. Copiar aquilo tudo 10 vezes, ainda foi como o outro, mas encontrar 10 pastas desviadas do olhar de alguém, foi um verdadeiro suplício. Levei uma eternidade, o que me causou uma angústia imensa, porque havia prazo para concluir a operação.

Fiquei traumatizada com o acontecimento. De tal maneira isto é verdade, que nunca mais reagi positivamente, a nenhuma corrente. As que se seguiram à primeira, levaram-me a concluir: seja o que Deus quiser… ou, o que tiver que ser, será. Claro, o anonimato da coisa, ajudava. Nunca ninguém saberia, onde raio é que a corrente se tinha quebrado. Pensava eu.

Agora, é por mail que as recebo (recebemos todos). Já não são agoirentas (valha-nos isso). Já não são anónimas. Mas se eu ficar quietinha no meu cantinho, à mesma, ninguém sabe que fui eu (chiiiuuuuu!…) quem quebrou a corrente. Claro que hoje, já não sou uma menina e por isso, acredito que não sou a única a proceder assim. Consigo até crer que se calhar, a corrente não passará de um único anel.

Hoje, fazem-se em forma de questionário. Enfim… as pessoas são curiosas. Mas caramba, se consigo fazer de conta que não recebi nenhuma, quando mas enviam por mail, assim, já não dá para fingir coisa nenhuma. Obrigadinha, ó miúda!...

Por isso, é assim: Indelicada, não sou. (ainda por cima, gosto de ti). Não me importo de responder ao questionário. Agora, escolher cinco dos links que tenho no sidebar é que não. Mas não me acusem de quebrar a corrente, porque os links estão lá… eheheh…

E se tal coisa voltar a acontecer, fica o aviso, assim procederei. Espero é que, a tornar a suceder, o questionário-corrente, seja mais interessante.

……………………………………………………..

Olhos: Castanhos

Cabelos: A que está por baixo da tinta?

Altura: 1, 63m.

Destra ou canhota? Destra.

Peso: 50 kgs.

Ascendência: Portuguesa.

Signo e ascendência: Leão e Sagitário.

Sapatos que está a usar: Ainda não descalcei as botas.

Fraqueza: Sou fraquinha, pois… precisava de mais corpo.

Melhor qualidade: Assim, de repente…

Medo: OSGAS.

Objectivo que gostaria de alcançar: Criar os meus filhos.

Frase que mais uso no messenger: Hum!...

Melhor parte do corpo: Isso é pergunta que se faça?

Pepsi ou Cola: Não, obrigada.

MacDonalds ou Bobs: MacDonalds, conheço.

Café ou capuccino? Pode ser café. Normal, mesmo. Nem curto, nem alto, nem em chávena escaldada. O açúcar, ponho eu.

Fuma? Pois.

Palavrões: Às vezes, escapam-se.

Perfume: L’ Air du Temps – Nina Ricci

Canta? Só quando estou sozinha.

Toma banho todos os dias? Ora essa?!…

Gostava da escola? Sim.

Acredita em si mesmo? Lá no fundo.

Tem fixação com a saúde? Tenho fixações. Pela saúde, não.

Dá-se bem com os seus pais? Dou e dava.

Gosta de tempestades? Se estiver em casa.

Já lhe bateram? Ainda me lembro, sim.

Já bateu em alguém? Palmadas nas mãos e no rabo, conta?

Número de filhos: 3

Como gostaria de morrer? Talvez daqui a uns anos consiga responder a isso.

Piercings? Não.

Tatuagens: Uma, um dia destes.

Quantas vezes o seu nome apareceu nos jornais? Umas 3 ou 4, num só jornal.

Cicatrizes no corpo: Algumas. Pequenas.

De que se arrepende de ter feito: Voltava a fazer tudo igual.

Cor favorita? Branco

Disciplina favorita na Escola: Português

Um lugar onde nunca esteve e gostaria de estar: Só um?

Matutina ou nocturna: Aguento-me acordada até tarde.

Os astronautas pousaram mesmo na Lua ou foi tudo uma grande mentira? É verdade, é.

O que tem nos bolsos? A chave do carro.

Daqui a dez anos imagina-se: Com mais 10 vividos.

Falha a luz, o que faz para se manter aquecida, contente e entretida? Durmo. Eu lá sou capaz de funcionar sem electricidade…

O que jamais comeria? Jamais? E se me enganassem, como eu engano a minha filha mais nova? Pois… podiam sempre dizer-me para eu provar um pitéu qualquer e espetarem-me com túbaros à frente.

Qual seria a sua última refeição se você estivesse no corredor da morte? Não me parece que conseguisse comer alguma coisa, mas bebia. 1 ou 2 litros de um verde qualquer gelado, para ver se entrava num coma alcoólico antes da execução.

Qual sua lembrança mais antiga? A de um sonho, daqueles que sonhamos a dormir.

O que queria ser quando era criança? Mesmo, mesmo, mesmo, criança? Miss Portugal. Depois, quando me explicaram que não era profissão, comecei a querer ser arquitecta.

Se pudesse entrar num lugar onde não tivesse permissão e ninguém descobrisse, qual seria? No pensamento de algumas pessoas.

Quando era criança, quais eram o seu brinquedo, livro, programa de TV e personagem de desenho animado favorito? Dessas coisas todas, só me lembro de um rádio feito em madeira e caricas e dos livros da Anita e do Zé Carioca. Chega?

Primeira coisa que nota no sexo oposto? Tronco. Com os membros superiores incluídos. Deve ser para adivinhar um abraço.

Você consegue tocar seu nariz com sua língua? Alguém consegue?

Qual a primeira coisa em que você pensa quando acorda pela manhã? Estou atrasada.

Como é o seu wallpaper? O mais azul possível.

No último mês:

Bebeu álcool? Não.

Fumou? Sim

Usou drogas? Legais.

Fez compras? Lá teve que ser.

Comeu um pacote inteiro de bolachas? Não gosto de bolachas.

Comeu sushi? Também não

Chorou? Não

Fez biscoitos caseiros? Pensar fazê-los, foi o mais próximo que estive.

Pintou o cabelo? Não, mas já devia ter pintado.

Roubou? Nada.

...................................................

É que isto nem pontos dá. Sim, daqueles que nos balizam em conceitos normalizados :)

sexta-feira, novembro 03, 2006

7 anos

vera recortada.JPG
foto Rui

Teimosa como ninguém
Sozinha e determinada
Nasceu há 7 anos
Esta menina mimada.

Tem um feitio danado
Esta bebézona.
Tão depressa é um palhaço
Como uma velha rezingona.

Alta, esbelta, quase loira
Maneia-se, elegante.
Tal e qual uma princesa
No seu porte galante.

Dança, linda!

Dança!
Rodopia e ondula airosa!
És uma borboleta colorida.
Fantástica.
Encantada.
Vistosa.

quarta-feira, novembro 01, 2006

One

Já há uns tempos que queria colocar esta música no blog. Problemas com o alojamento que usava, me tinham impedido até agora. Hoje encontrei um novo alojamento e descobri nele mesmo, o código Html para os videoclips. Vai daí, não é só a música que coloco, é também a imagem.

Eu sei a quem esta música vai agradar. Não é
miúda?
E julgo saber também, que o meu impulsionador nestas andanças da blogosfera, esboçará um sorriso quando vir o videoclip.

A propósito, e ainda por meio do novo alojamento, troquei a música de Shakira que tem estado aqui colocada, pela que realmente queria, ou seja, a mesma (Underneath Your Clothes) mas em versão ao vivo.

Tudo arrumadinho, portanto.

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One - U2 and Mary J Blidge

Is it getting better?
Or do you feel the same?
Will it make it easier on you now?
You got someone to blame
You say

One love
One life
When it's one need
In the night
One love
We get to share it
Leaves you baby if you
Don't care for it

Did I disappoint you?
Or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love
And you want me to go without
Well it's

Too late
Tonight
To drag the past out into the light
We're one, but we're not the same
We get to
Carry each other
Carry each other
One

Have you come here for forgiveness?
Have you come to raise the dead?
Have you come here to play Jesus?
To the lepers in your head

Did I ask too much?
More than a lot.
You gave me nothing,
Now it's all I got
We're one
But we're not the same
Well we
Hurt each other
Then we do it again
You say
Love is a temple
Love a higher law
Love is a temple
Love the higher law
You ask me to enter
But then you make me crawl
And I can't be holding on
To what you got
When all you got is hurt

One love
One blood
One life
You got to do what you should
One life
With each other
Sisters
Brothers
One life
But we're not the same
We get to
Carry each other
Carry each other

One