(conversa entre amigas)
Ai, que bem que me soube escrever “gajos”. Agora compreendo a minha filha de 6 anos, quando me pergunta pela quinquagésima vez, se “merda” é uma asneira. Dou-lhe sempre resposta, mas ela, esperta como é, lá conseguiu encontrar forma de dizer “merda”, sem que eu me zangue. E delicia-se com isso. Assim estou eu. Hei-de experimentar dizer, em vez de escrever, a ver se me sabe tão bem.
Pois é amiga, hoje apeteceu-me escrever sobre gajos (eheheh). E escrever para ti. O assunto não é novidade, não é? Mas hoje vai ser abordado de forma diferente. Só eu é que falo, ou melhor, escrevo. E tu, tens que ouvir tudo até ao fim, ou melhor, ler. Bom, é só para ver se tu não gastas tanto dinheiro em telefonemas. Só por isso, mais nada.
Pois, os gajos… … o que é que posso dizer sobre os gajos. Para começar, que são seguramente, uma raça diferente. Seguramente. Só pode ser. Até na linguagem. Já reparaste no sentido da expressão “és boa como o milho”? Faz algum sentido? O que é que eles verão no milho? Estarão eles a comparar-nos às galinhas? Eles são os galos? Comem milho, que é saboroso? Sinceramente… … É porque é suposto ser um elogio, não? Felizmente, já não oiço disso há muito tempo. Mas marcou-me. Nunca mais me esqueci dessa.
Ainda em relação ao piropos. O melhor que ouvi até hoje foi… … foi esse, exactamente. Uma vez só. Quer dizer, ouvi-o várias vezes, mas uma das vezes foi a melhor. Não por aquilo que ele disse, mas pela forma como o fez, arriscando a própria vida. Pois. Gostei dessa parte, do risco pela própria vida. Vou-te contar, que foi giro. Em Belém, junto à passagem de nível, havia lá uma paragem de autocarro. Eu ia quase a chegar à paragem, para apanhar o autocarro. Já tinha atravessado a rua e no mesmo sentido que eu, passou um carro. Um carocha branco. Pela janela, saiu um gajo (eheheh) até à cintura, que me gritou: Ah carago!... és boa como o milho! Eu acho que foi “carago”, que ele disse. Dei mais 3 ou 4 passos e estava na paragem. Cheia de gente, a olhar para mim. Por acaso não me lembro de ter corado. Acho que foi por causa do esforço que ia a fazer para conter o riso histérico que me queria saltar pela boca. Limitei-me a sorrir.
Ok, mas voltando aos gajos… pois… eu acho que é uma raça só, mas com variantes. Não as conheço todas, seguramente; nem quero porra, que as que conheço já dão pano para mangas (malditos 40 anos) mas dentro das tais variantes, há alguns pontos em comum, por isso é que são todos da mesma raça, ‘tás a ver?!
Os pontos em comum, ficam para depois. Agora vamos às variantes. Pois agora vendo bem, eu até acho que são só duas: Os que respeitam as mulheres e os que não respeitam. Depois, dentro dos que respeitam as mulheres, temos os que respeitam todas as mulheres, menos as deles. Depois temos ainda aqueles que só respeitam as mães, as deles, claro. Conheces estes? Portanto isto é tudo uma questão de falta de respeito. E eles sabem isso. Por isso é que amigos, amigos, só têm homens. E nós, mulheres. Porra, esta conclusão é deprimente. Devo estar a ver isto mal. Vamos lá ver de outra maneira.
Ora bem… temos os gajos (eheheh – é bom, hás-de experimentar) que acham que as mulheres são seres inferiores. Simplesmente isso. Normalmente são casados, mas nem se dá por isso. Portanto, estes devem ser os que não respeitam as mulheres, certo?
Depois, temos aqueles super queridos. Amigos. Meiguinhos. Compreensivos. Enfim, melosos até dizer chega. Estes também costumam casar. E casam cedo. Mas o casamento dura sempre pouco. Portanto estes devem ser os que respeitam todas as mulheres, menos as deles. Concordas?
Depois temos ainda os que acham que as mulheres são todas iguais e iguais aos homens. É tudo a mesma coisa. Pois. Estes nem sequer costumam ser muito inteligentes. Nem dão pela diferença, ‘tás a ver? De maneira que dá-lhes para tratar mal as mulheres. Todas, menos a mãe. Tenho impressão que alguns, até a mãe tratam mal. Logo estes devem pertencer à penúltima categoria.
Só falta uma. Os que respeitam mesmo, todas as mulheres. Costumam ter p’ra mais de 60 anos. Que é para teres a certeza que trataram sempre bem, as mulheres. Com respeito ‘tás a ver? Mas até estes, pá! Se as suas mulheres têm o azar de fazer um AVC antes deles, espetam logo com elas num lar.
Pois é amiga! Estás a ver a qual variante pertence o teu? Estás com dificuldade? Parece-te que pertence a todas? Epá, esquece. Aprende mas é a gostar dele como é. Não tentes mudar nada, a sério. Tenta ler nas entrelinhas e ver o lado positivo da coisa. Os tais pontos comuns por exemplo. Todos eles precisam imenso de nós. E para montes de coisas. Precisam de nós para dar uma queca. Precisam de nós para … … precisam … … pronto, agora não me lembro assim de mais nada, mas precisam, de certeza absoluta. E há outra coisa, que também é sempre comum, neles: Todos, nos sabem desarmar. Até os menos inteligentes. Esta é que nos lixa, não é, amiga?
Por isso... esquece tudo o que te disse. Faz apenas o que o teu coração mandar. E olha, não me oiças só a mim. A sério. Muitas vezes, não sei o que digo.
2 comentários:
DEMAIS! :-)
Cá para mim, acho que cada país tem o seu molde típico que parece custar a quebrar... mas há-de partir um dia, 'carago'! ;-)
Goataste?... Sabes?... é o meu preferido. Dizer tudo como os malucos. Neste dia, consegui. Beijinho, Riacho.
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