quarta-feira, dezembro 23, 2009

23 de Dezembro

Hoje é um bom dia para pôr um ponto final neste blog moribundo.

(lamento desiludir-te Fia)

terça-feira, setembro 22, 2009

Actualização? Meurónios? Actualização de Meurónios? Neurónios? (não consegui decidir-me relativamente, ao título)

Todas as desculpas me servem para não actualizar este blog. Ou porque não tenho tempo, porque não me apetece escrever, porque estou fartinha de escrever, porque não sei o que escrever, porque não consigo escolher uma foto, porque não encontro na web a imagem adequada a este ou àquele tema, porque afinal, ninguém cá vem logo, não se dá por nada… porque sim, porque não… porque coiso e tal…

Ao invés de todas, não consigo encontrar uma, que me decida acabar com ele, o blog claro. Rematá-lo com um “fim” bem grande que me descomprometa e me sossegue a consciência que volta e meia (mais volta que meia) me manda uns lembretes do género “blog desactualizado há demasiado tempo”, acentuando sempre, o “demasiado” para que me sinta bem culpada, a sacana!...

Passei por cá hoje. Detive-me a olhar para ele e pensei: tenho que resolver isto.

O primeiro pensamento que me surgir foi actualizá-lo com uma justificação.

- Ok! Vou escrever que passei o verão a ginasticar meurónios (de “meus”) por causa de 10 exames (dos quais ainda só fiz 8, até calha bem que sempre tenho desculpa que me chega para mais 1 mês, sensivelmente) procuro uma imagem de neurónios num ginásio e tá feito.

Lixei-me logo, que não encontrei imagem nenhuma (isto de pensar que na net tudo se encontra, é um engano). E depois, o tempo que demorei a não encontrar a imagem, deu-me espaço para o segundo pensamento, à laia de interrogação.

- Fogo! Então, mas eu tenho um blog para publicar justificações?

É assim: eu sei que é estúpido manter um blog onde se publica uma justificação, uma fotozita ou meia dúzias de palavras alinhadas numa espécie de texto, 2 ou 3 vezes por ano mas, as casualidades não me convencem muito e as segundas escolhas (que é como quem diz, pensamentos mesmo, que sejam interrogativos) também não.

Por isso, como o meu primeiro pensamento foi actualizar o blog, é mesmo por aí que eu vou.

Regresso com os meurónios mais musculados, antes do inverno.

PS – Fica uma imagem de neurónios (de "outros que não os meus”)

domingo, maio 31, 2009

O lugar intermédio

O vazio parece-me a ante-câmara da morte.
O estado de alma de quem não pode morrer.
Contudo, não se pode confundir com vida.

O quarto sentido




fotos aq

quinta-feira, maio 28, 2009

terça-feira, maio 19, 2009

Educadores, nós?

Caramba!... parece que afinal não saímos ainda, da época medieval, com a particularidade de tudo de saber a um ritmo vertiginoso e a uma dimensão agigantada.

Acabei agora de ver e ouvir a notícia de abertura do telejornal sobre o caso da professora suspensa de uma escola em Espinho.

Concordo claro, que a senhora não esteve no seu melhor, que exaltou o seu egocentrismo, colocando em posição inferior, aqueles que não estudaram tanto como ela. Parece-me que os anos que estudou não chegaram para que aprendesse a comportar-se segundo o princípio da alteridade e do respeito pelo próximo.

Afinal, acções tão vulgarmente observadas no ser humano, em todos os contextos sociais e familiares, em todas as camadas sociais, em todos os níveis de formação.

Agora, desta situação, resultar uma acusação de linguagem obscena em contexto de sala de aula, pasmou-me, a sério que sim. Mas afinal, não tinha ficado decidido que a educação sexual nas escolas não seria dada numa disciplina específica, mas antes, abordada em momento oportuno pelos docentes de todas as disciplinas (como fazem, ou deveriam fazer, os pais em casa)?

Mas como é que a mulher havia de explicar o que era uma orgia romana? E porque carga d’água não deveria proceder à sua explicação?

Em plena expansão tecnológica com os meios que temos ao nosso dispor, donde resulta informação quase como produto de consumo, temos afinal, uma mentalidade de tabus que faz do conhecimento uma inutilidade, ou pior ainda, um mero instrumento de alcovitice.

Concluo desiludida, que numa sociedade de mentalidade retrógrada, não há lugar para subjectividades. Não podemos ser todos educadores. O contexto tem que se objectivar: os pais criam os filhos e os professores ensinam os alunos.

E os miúdos lixam-se porque uns e outros falham enquanto educadores.

Que tristeza do caraças!


sábado, maio 16, 2009

Música de Oficial e Cavalheiro

Porque se impunha que houvesse sinal de vida neste blog,

porque alguma coisa me fez lembrar esta espécie de amor mágico (em que eu já acreditei)

porque não quero desiludir os pára-quedistas que aqui caem à procura da música do Oficial e Cavalheiro…

(a ordem é aleatória)

... fica o registo.



quarta-feira, abril 08, 2009

Deep Purple - Smoke in the water


Esquisito!

Imagem daqui

De há uns meses a esta parte, ando a ter mais hora de almoço do que preciso, o que não se te tem revelado uma circunstância positiva: fumo mais, como mais, e reflicto mais. Às vezes lá me consigo entreter com alguma conversa interessante ou qualquer coisa produtiva. Não foi o caso de hoje.

Então hoje, foi dia de reflexão. Ainda por cima, inconclusiva. Teve causa numa cisma que me tem acompanhado há anos e que foi assanhada por um episódio ocorrido da parte da manhã.

Porque raio, os homens substituem tão frequentemente a palavra “feio”, pela palavra “esquisito”?

Sim, porque carga d’água?

Esquisito é estranho, possa! Não tem nada a ver com feio ou bonito.

Que terão eles contra uma palavra tão precisa e objectiva? Quando ainda por cima, têm fama de reunirem tais características (de precisão e objectividade).

Parti de um princípio: Claro, que os homens conhecem o significado da palavra “feio” e portanto, têm que a saber aplicar em devido contexto.

Posto isto, restou-me o quê?

O conceito estético da coisa? Terão eles um conceito de beleza (ou falta dela) diferente do nosso?

O objecto de análise?

Escolhi a questão do objecto de análise para aprofundar a minha reflexão (não foi por nada de especial, apenas me pareceu mais objectivo e eu queria tentar reflectir com cabeça d’homem).

Então, tentei lembrar-me do que é que para nós, mulheres, pode ser feio. Fui à memória das conversas, das que tenho e das que oiço. Das conversas femininas.

O que é que para nós, mulheres, pode ser feio?

Uma casa. Uma peça de vestuário. Uma capa de um livro, filme ou CD. Um comportamento de alguém. Uma moda. Um estilo. Tudo, acho eu. Tudo pode ser feio ou bonito.

Agora, eles.

Usei o mesmo processo, ou seja, o recurso à memória das conversas, neste caso, mistas ou masculinas.

Epá!... epá!... nada!.

Tornei a pensar… Chica!... tá difícil!...

Estava quase a desistir quando me ocorreram logo três objectos de análise, aos quais os homens conseguem sem grande dificuldade, aplicar o conceito de “feio”.

Mulheres. Veículos. Equipamentos desportivos.

Mais?…

Ah!... Bandeiras.

Mais?…

Por muito que me esforçasse, não me lembrei de mais nada.

Estranho!

É que não me ocorreu mesmo, mais nada.

Esquisito!

sexta-feira, abril 03, 2009

Obrigadinha, ò pá!...

Porque os teus desejos são ordens, cá vai:




Segunda-feira partiu-se a antena do rádio do meu carro. Os meus colegas bem tentaram resolver a situação, mas nem sequer passaram a primeira etapa: retirar os parafusos. Bem lhes moeram o juízo (que os parafusos tal como os pregos, têm juízo, pois…) mas eles literalmente, não arredaram pé. Ao final de 3 dias já cheia de saudades dos disparates da Carla Rocha e do Zé Coimbra (RFM) e da música que me dão, lá providenciei um stock de CDs a ver se me consolava um bocadinho. Foi hoje.

Começou bem. Levei os primeiros 4 CDs que a minha mão encontrou. Já no carro, escolhi o primeiro que havia de ouvir: Aerosmith (Ok!... agora é aquela parte em que tenho que admitir um atraso de desenvolvimento. Aí bem à vontade, um atraso de 20 anos. É que continuo a gostar da música que ouvia na adolescência).

A viagem que faço todos os dias demora uns 45 minutos, 25 dos quais, são feitos por uma estrada de campo, onde não há casas, pessoas, nem coisa nenhuma que não seja árvores, cegonhas, cavalos, ovelhas e às vezes, uns répteis de 4 patas, do tipo dragão-osga, que atravessam a estrada antes de eu passar (ainda não consegui acertar em nenhum). Raramente, me cruzo com um carro. Raramente, tenho que ultrapassar algum. Apesar de perigosa pelo isolamento que causa (nem rede no telemóvel, tenho… havia de ser bonito um dia ficar empanada na estrada à mercê dos dragões-osgas-osgas-osgas) e pela quantidade de curvas que apresenta, gosto imenso de fazer esta viagem sobretudo, pela tranquilidade que me proporciona. Hoje gostei ainda mais… quer dizer, até um certo momento.

É que além de tranquilidade, experimentei uma sensação de liberdade até então, desconhecida. Posso mesmo dizer que por momentos, fui uma mulher feliz. É que no que toca a figuras tristes (às minhas, claro) deixo-me inibir pelas pessoas mas, pelas árvores, cegonhas, cavalos e ovelhas (osgas à parte que estas, encolhem-me até ao tamanho… sei lá, qualquer tamanho mais pequeno do que o delas próprias) percebi, que não. Eu explico: numa estrada como esta, a ouvir a minha música (paguei-a, é minha) a um volume suficientemente alto de modo a bater-me dentro do peito, quando me dei conta, ia completamente eufórica, cantando, dançando e gesticulando, cheia de mim própria. Tão cheia, tão cheia, que a minha alma, sem espaço para caber em mim, subiu ligeiramente, de modo que consegui mesmo, ver-me de fora para dentro. E gostei do que vi. Uma miúda gira e bem arranjada (qu’isto dos miúdos estarem a dormir no pai dá-me todo o tempo do mundo para me aperaltar e eu quando me dão tempo, desenrasco-me bem) dentro do seu adorado carro, a ouvir a música de que gosta, no volume certo, no sítio certo, à hora certa, enfim… tudo certo, até ao momento em que depois duma curva, apanho com um calhambeque pela frente, errado no lugar, na hora e na velocidade.

Pé no travão, desacelera, baixa a música e agora, desenrasca-te a ultrapassá-lo. Ok!... era um calhambeque vagaroso, mas a estrada tem muitas curvas, lembram-se? A rogar pragas e coriscos, perguntando-me porque é que veículos daqueles ainda andam nas estradas que eu percorro, lá me fui aguentando atrás dele, que as curvas nunca mais acabavam. Não sei se me estava a irritar mais a velocidade a que era obrigada a circular (aí 60 kms/h) se o constrangimento relativamente ao volume do som. É que me estava mesmo, a apetecer andar depressa e ouvir música a altos berros… que seca!

Depois aí de uns 5 minutos atrás do calhambeque (era uma camioneta azul de caixa aberta, velhinha, velhinha) já quase com a manhã estragada, o condutor faz pisca à direita e eu: mas onde é que o homem vai virar, se não há aqui nenhum desvio? Pensei. Abrandei ainda mais a marcha, à espera que o homem doido - só podia - encostasse à berma, mesmo antes de uma curva. Estaria à rasquinha – pensei. Mas não. Desactiva o pisca e continua a circular.
Já cheia de ver aquela coisa à minha frente, continuei inconformada (atrás dela… pois). Outros 5 minutos depois, volta a fazer o mesmo. Só que desta vez, estacionou mesmo, na margem da estrada, obrigando-me quase, a parar. Cautelosamente, consegui ultrapassá-lo (consegui, hã?! reparem no detalhe) e olhei pelo retrovisor. Imediatamente após a minha passagem, retomou a marcha.

Afinal, o homem não era doido, nem estava à rasquinha. Eu é que era naba por não o conseguir ultrapassar. Tão naba, tão naba, que cheguei mesmo, a incomodá-lo.

- Obrigadinha, ò pá!... por te preocupares comigo. Mas estragaste o meu momento de felicidade, a minha manhã, diria até, que o meu dia, que depois de me cruzar contigo, senti-me otária o suficiente, que chegue para um mês. Nem a música, as árvores, as cegonhas, os cavalos e as ovelhas, me valeram… nem o tempo que perdi em casa a arranjar-me.

Uma praga d’osgas em cima de ti (daquelas bem barrigudas a adivinhar montes d’ovinhos lá dentro e portanto, montes d’osguinhas que aí vêm) era o que merecias… ò calhambeque velho!

domingo, fevereiro 22, 2009

Oportunidades perdidas

Sempre me comportei e senti, como se tivesse a vida toda pela frente, todo o tempo do mundo ao meu dispôr (talvez por isso chegue sempre atrasada a todo o lado). Uma das noções mais lixadas de se sentir é percebermos que calculámos mal o tempo, é começar a por a hipótese de que nos vai faltando tempo para fazer tudo o que queremos. Imagem daqui.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Raízes


- Está bem. Vá, beijinho. Gosto muito de ti.

- Fica bem. Beijinho. Também gosto muito de ti.
- Eu gosto mais.
- Ahahahahah!


Hoje questionei-me que espécie de amor é este. Vejo os meus irmãos 5 ou 6 vezes num ano. Falo com eles por telefone, pouco mais vezes que essas. É raro trocarmos e-mails. Pouco sei da vida social que levam. Nunca fui aos seus empregos.


No entanto, nunca deixámos de puder contar uns com os outros, de cada vez que precisámos de ajuda. E, num pestanejar, estamos juntos, seja a distância qual for.


Nem todo o amor tem que ser cultivado sob pena de esmorecer. Há amores que não precisam de coisa nenhuma. Estão nas nossas raízes. Não se condicionam. Só morrem connosco.


domingo, janeiro 18, 2009

Apanhar comboio em andamento

Se há imagem adequada ao meu estado de espírito de momento, é esta.

Penso: Já não tenho 20 anos.

Anseio: Sentir os 2 pés assentes dentro do comboio.

Sinto-me: Exausta.

sábado, janeiro 10, 2009

Cicatrizes de amor


Há coisas que nos marcam para a vida toda.

O primeiro amor, por exemplo.

Garanti hoje, ao meu filho:

- Nunca te vais esquecer da Rita.

Não respondeu.

Daqui a uns anos, há-de responder.

Oxalá, eu ainda me consiga lembrar da miúda.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Parabéns

Hoje é o aniversário de um dos homens mais inteligentes que conheço. Considero-me privilegiada ao tê-lo como amigo, há mais de 4 anos, nos bons e nos maus momentos. Um homem sem paciência para coisas pequenas, que me atura como se eu fosse uma grande coisa.


quarta-feira, janeiro 07, 2009

Os todo-poderosos da estrada

É curioso observar como consegue o Homem, com tanta facilidade, encontrar situações e contextos, em que se posicione em lugar de destaque ou seja, mais poderoso do que os outros.

Um desses lugares, uma dessas posições é sentado a mais de 1m de altura, com um volante nas mãos, dentro de uma cabine sobre rodas, num imponente camião, tal e qual, como se fosse um trono.

Faço todos os dias um percurso (o que está a roxo) e de cada vez que me cruzo com um veículo grande (às vezes, nem são assim tão grandes, basta serem maiores que o meu) raras são as vezes (aliás, só me lembro de uma) em que não tenho que levar o pé ao travão, para não colidir com ele (quando fazem qualquer um dos percursos assinalados a azul).

Fico sempre, com a sensação que me cruzei com o senhor todo-poderoso, a quem devo ser submissa e dar passagem (sob pena de por em risco, a minha vida e a dos meus filhos).

Raios os partam!

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Colo de Pito


Foto daqui

É mesmo verdade.

Conheci hoje uma pessoa que me disse ser de Colo de Pito.

Primeiro, pensei que tinha ouvido mal. Depois, pensei que estava no gozo. Mas, lá tive que mostrar alguma convicção (sempre com a sobrancelha arqueada) face à seriedade das palavras que ouvia (é que nem um leve esboço de sorriso matreiro, vi no rosto do homem).

Cheguei a casa e fui verificar. E não é mesmo, que estive a falar com um Colopitense?

(sempre gostava de saber como se denominam as pessoas que nasceram em Colo de Pito)

Então, claro… dei asas à imaginação. Como será o atendimento telefónico na junta de freguesia:

- Colo de Pito, bom dia! Em que posso ser útil?

À entrada da aldeia, o placard de boas vindas:

Colo de Pito, saúda-vos.

Ou então:

Bem-vindo a Colo de Pito.

(reparem bem no pormenor "colo de" - sugero-nos uma preposição, de posse ou de lugar, não sei bem)

A navegar pelo site descobri ainda, que os Colopitenses são imagine-se, machistas. Nesta outra página, fornecem-nos um quadro de dados sobre o género e idade da população. Numa coluna, a quantidade de população, de ambos os géneros. Na outra a seguir, a quantidade de homens. Se quiseres saber a quantidade de mulheres, faz a conta, ora!

Acho justo. Com tal protagonismo feminino no nome escolhido para a aldeia, tinham as mulheres, que ser penalizadas noutra medida.

Mas, nesta minha pequena investigação, aprendi também que o significado de “pito” não se prende apenas com o aparelho genital feminino. “Pito” é também um "pequeno ralhete" no Brasil e ainda, "o âmago podre da fruta", na genuína lingua portuguesa. Pois.

Então, imaginem os brasileiros:

- Ô minino!... tou cansada de dar pito pra você! Ôce si porrta mal, pa caramba!

Ou então, nós por cá, com a fruta:

- Esta fruta está estragada. Tem pito.