...não me tem apetecido escrever.
Tarde de 25 de Setembro - Arripiado
terça-feira, setembro 27, 2005
segunda-feira, setembro 26, 2005
sábado, setembro 24, 2005
Hora do chá
Definitivamente... antes e depois.
Finalmente, tenho música no blog.
REM - Everybody Hurts
When the day is long ... and the night
the night is yours alone
when you think you've had enough... of this life, well hang on.
Don't let yourself go
cause everybody cries
and everybody hurts... sometimes.
Sometimes everything is wrong.
Now it's time to sing along.
When your day is night alone (hold on, hold on)
if you feel like letting go (hold on)
when you're sure you've had too much... of this life, well hang
on.
cause everybody hurts... sometimes
Take comfort in your friends
Everybody hurts.
Don't throw your hand. Oh, no.
Don't throw your hand.
If you feel like you're alone,
no, no, no, you're not alone
If you're on your own... in this life,
the days and nights are long
when you sure you've had too much ... of this life, to hang
on.
Well, everybody hurts sometimes, everybody cries.
Sometimes
And everybody hurts ... sometimes.
And everybody hurts sometimes. So, hold on, hold on.
Hold on, hold on. Hold on, hold on. Hold on, hold on.
Everybody hurts. You are not alone.
Finalmente, tenho música no blog.
REM - Everybody Hurts
When the day is long ... and the night
the night is yours alone
when you think you've had enough... of this life, well hang on.
Don't let yourself go
cause everybody cries
and everybody hurts... sometimes.
Sometimes everything is wrong.
Now it's time to sing along.
When your day is night alone (hold on, hold on)
if you feel like letting go (hold on)
when you're sure you've had too much... of this life, well hang
on.
cause everybody hurts... sometimes
Take comfort in your friends
Everybody hurts.
Don't throw your hand. Oh, no.
Don't throw your hand.
If you feel like you're alone,
no, no, no, you're not alone
If you're on your own... in this life,
the days and nights are long
when you sure you've had too much ... of this life, to hang
on.
Well, everybody hurts sometimes, everybody cries.
Sometimes
And everybody hurts ... sometimes.
And everybody hurts sometimes. So, hold on, hold on.
Hold on, hold on. Hold on, hold on. Hold on, hold on.
Everybody hurts. You are not alone.
sexta-feira, setembro 23, 2005
quinta-feira, setembro 15, 2005
Consegues resistir-lhe?
(dedicado a uma grande amiga)
(já não sei onde fui buscar esta imagem)
Já não te lembras como é bonito, pois não?
É essa nuvem negra, por cima de ti.
Já quase não te vejo, amiga.
E tu... não consegues ver mais nada.
Mas, eu garanto-te que existe.
É verdade. O Sol continua a aparecer todos os dias.
Amanhece, todos os dias.
Garanto-te que vais conseguir reparar nele, outra vez.
Sentir-te-às agradecida... viva, de novo.
Mantem-te firme.
(já não sei onde fui buscar esta imagem)
Já não te lembras como é bonito, pois não?
É essa nuvem negra, por cima de ti.
Já quase não te vejo, amiga.
E tu... não consegues ver mais nada.
Mas, eu garanto-te que existe.
É verdade. O Sol continua a aparecer todos os dias.
Amanhece, todos os dias.
Garanto-te que vais conseguir reparar nele, outra vez.
Sentir-te-às agradecida... viva, de novo.
Mantem-te firme.
sexta-feira, setembro 09, 2005
O Terceiro Técnico
O alarme da loja deu sinais de alterado funcionamento. Liguei para a empresa. Falei com o dono. Expliquei-lhe os sintomas.
- Não deve ser nada grave – concluiu.
Insisti. Não queria correr o risco do alarme disparar durante a noite. Dez minutos de viagem. Mais meia hora para conseguir acordar os miúdos e metê-los no carro (que em casa é que os não deixava, sozinhos). Quando finalmente chegasse à loja, já a vila inteira estava acordada.
Compreendeu o quadro. Voluntariou-se a confirmar os sintomas. Concordou comigo que seria alguma coisa com a bateria. O alarme só dispararia se faltasse a energia.
- Oh, diabo! – pensei – É a coisa mais fácil de acontecer. Basta que chova (aqui na província é assim).
Lá o consegui convencer que a resolução do problema não podia esperar até há manhã seguinte. Os dois técnicos responsáveis pela zona estavam longe. Havia um outro, mas…
Deduzi que algum motivo haveria, para não ser este Terceiro Técnico, preferencialmente enviado ao local. Afinal, era o que estava disponível. Contudo, não me quedei muito nesse assunto, já que apesar de alguma coisa, a decisão de o enviar foi tomada.
Tinha que esperar. Esperei. Esperei. Para trás e para a frente, na loja. Não sei quantos cigarros fumados. Pessoas à minha espera em casa. Resolvi ir até à porta. Não havia movimento, nem de carros, nem de pessoas. Estava quase na hora do jantar. E eu, queria ir embora.
Ao princípio da rua, avistei um carro branco. Aproximou-se a uma velocidade louca. Reconheci o logótipo da empresa. Como não dava sinal de afrouxamento, acenei. Ainda bem que não havia ninguém na rua. Juro que me envergonhei com a ensurdecedora travagem que o Terceiro Técnico obrigou o carro a fazer. Fez uma marcha-atrás tão rápida e tão indiscreta como a travagem. Estacionou à primeira, e saiu do carro como se nada se tivesse passado. Simpático, cumprimentou-me. Um aperto de mão frouxo. Surpreendeu-me. Um homem decidido não aperta assim a mão e ele, tinha-me parecido um homem decidido, ou pelo menos de reflexos rápidos.
Perguntei-lhe se sabia ao que vinha. Disse-me que não. Ok. Tive que explicar tudo de novo. Rematei com a suspeição de que seria um problema de bateria. Afinal, o sinal Bat, acendia, a par com o som intermitente.
- Bateria? Não – respondeu-me convicto.
- Não? – Perguntei, admirada. Se ainda nem tinha visto o sistema, como poderia estar tão certo?
Ficou a olhar para o aparelho o tempo suficiente, para me fazer começar a entender a renitência do envio deste Terceiro Técnico. Vociferava monossílabos imperceptíveis. E nada fazia. Eu estava pasmada.
Começou a palpar os bolsos todos. Tinha muitos. Quase parecia uma qualquer coreografia de dança, de um qualquer desses estilos musicais bem ritmados. Era o telemóvel que procurava. Lá o encontrou. As perguntas que fez ao colega, que segundo pareceu estava de férias, eram básicas. Dignas de serem feitas por mim própria, que não percebo patavina de sistemas de alarme. Juro que não conseguia tirar os olhos de cima do homem. Abismada.
As perguntas que fez, as respostas que obteve, de pouco adiantaram. Continuava sem saber o que fazer. Pareceu-me uma eternidade o tempo em que se deixou ficar à frente do equipamento, repetindo exactamente, que não sabia o que fazer.
Ao final de não sei quanto tempo, lá consegui eu, soltar algumas palavras. Insisti na bateria. E ele insistiu que não. Perguntou-me se podia desligar o quadro eléctrico.
- Faça favor – respondi.
- Faça alguma coisa – acrescentei, pensando.
Depois da experiência feita, explicou-me porque não podia ser da bateria. Atrevi-me a argumentar (tinha que me atrever a alguma coisa, senão não saíamos dali)
que podia, antes de descarregar completamente, dar sinal disso mesmo. Afinal, era o que vinha fazendo. Dava um sinal, periodicamente.
Imediatamente após o meu argumento, vejo novamente o Terceiro Técnico a palpar os bolsos. Todos. Mais um telefonema.
- Olha lá!... isto não pode dar sinal antes de descarregar completamente? – foi a pergunta que ele fez. Eu olhava para ele, boquiaberta.
Bom… lá resolveu que tinha que abrir o bloco. Finalmente. Foi ao carro buscar a caixa das ferramentas. Voltou e pousou-a no chão, entre as pernas, encostada à extremidade da montra, o que lhe aumentou consideravelmente a distância de acesso ao equipamento. As pernas abertas também não ajudavam muito ao equilíbrio. Não sei quantas vezes, deu um passo atrás, e baixou-se à procura da chave certa. De todas as vezes que o fez, permitiu-me que visse o fundo das suas costas… peludas. Invulgarmente peludas.
O espanto que aquele Terceiro Técnico me causava, não havia meio de cessar. Tive mesmo que me encostar ao balcão, depois de o ouvir dizer:
- Ah!... É a bateria.
Como se tivesse feito uma descoberta genial. Não disse, mas se o ouvisse a acrescentar, “só podia ser”, juro que já não me surpreendia.
Admiro o empregador deste Terceiro Técnico. Há pessoas bondosas. Merecem mesmo, o céu.
- Não deve ser nada grave – concluiu.
Insisti. Não queria correr o risco do alarme disparar durante a noite. Dez minutos de viagem. Mais meia hora para conseguir acordar os miúdos e metê-los no carro (que em casa é que os não deixava, sozinhos). Quando finalmente chegasse à loja, já a vila inteira estava acordada.
Compreendeu o quadro. Voluntariou-se a confirmar os sintomas. Concordou comigo que seria alguma coisa com a bateria. O alarme só dispararia se faltasse a energia.
- Oh, diabo! – pensei – É a coisa mais fácil de acontecer. Basta que chova (aqui na província é assim).
Lá o consegui convencer que a resolução do problema não podia esperar até há manhã seguinte. Os dois técnicos responsáveis pela zona estavam longe. Havia um outro, mas…
Deduzi que algum motivo haveria, para não ser este Terceiro Técnico, preferencialmente enviado ao local. Afinal, era o que estava disponível. Contudo, não me quedei muito nesse assunto, já que apesar de alguma coisa, a decisão de o enviar foi tomada.
Tinha que esperar. Esperei. Esperei. Para trás e para a frente, na loja. Não sei quantos cigarros fumados. Pessoas à minha espera em casa. Resolvi ir até à porta. Não havia movimento, nem de carros, nem de pessoas. Estava quase na hora do jantar. E eu, queria ir embora.
Ao princípio da rua, avistei um carro branco. Aproximou-se a uma velocidade louca. Reconheci o logótipo da empresa. Como não dava sinal de afrouxamento, acenei. Ainda bem que não havia ninguém na rua. Juro que me envergonhei com a ensurdecedora travagem que o Terceiro Técnico obrigou o carro a fazer. Fez uma marcha-atrás tão rápida e tão indiscreta como a travagem. Estacionou à primeira, e saiu do carro como se nada se tivesse passado. Simpático, cumprimentou-me. Um aperto de mão frouxo. Surpreendeu-me. Um homem decidido não aperta assim a mão e ele, tinha-me parecido um homem decidido, ou pelo menos de reflexos rápidos.
Perguntei-lhe se sabia ao que vinha. Disse-me que não. Ok. Tive que explicar tudo de novo. Rematei com a suspeição de que seria um problema de bateria. Afinal, o sinal Bat, acendia, a par com o som intermitente.
- Bateria? Não – respondeu-me convicto.
- Não? – Perguntei, admirada. Se ainda nem tinha visto o sistema, como poderia estar tão certo?
Ficou a olhar para o aparelho o tempo suficiente, para me fazer começar a entender a renitência do envio deste Terceiro Técnico. Vociferava monossílabos imperceptíveis. E nada fazia. Eu estava pasmada.
Começou a palpar os bolsos todos. Tinha muitos. Quase parecia uma qualquer coreografia de dança, de um qualquer desses estilos musicais bem ritmados. Era o telemóvel que procurava. Lá o encontrou. As perguntas que fez ao colega, que segundo pareceu estava de férias, eram básicas. Dignas de serem feitas por mim própria, que não percebo patavina de sistemas de alarme. Juro que não conseguia tirar os olhos de cima do homem. Abismada.
As perguntas que fez, as respostas que obteve, de pouco adiantaram. Continuava sem saber o que fazer. Pareceu-me uma eternidade o tempo em que se deixou ficar à frente do equipamento, repetindo exactamente, que não sabia o que fazer.
Ao final de não sei quanto tempo, lá consegui eu, soltar algumas palavras. Insisti na bateria. E ele insistiu que não. Perguntou-me se podia desligar o quadro eléctrico.
- Faça favor – respondi.
- Faça alguma coisa – acrescentei, pensando.
Depois da experiência feita, explicou-me porque não podia ser da bateria. Atrevi-me a argumentar (tinha que me atrever a alguma coisa, senão não saíamos dali)
que podia, antes de descarregar completamente, dar sinal disso mesmo. Afinal, era o que vinha fazendo. Dava um sinal, periodicamente.
Imediatamente após o meu argumento, vejo novamente o Terceiro Técnico a palpar os bolsos. Todos. Mais um telefonema.
- Olha lá!... isto não pode dar sinal antes de descarregar completamente? – foi a pergunta que ele fez. Eu olhava para ele, boquiaberta.
Bom… lá resolveu que tinha que abrir o bloco. Finalmente. Foi ao carro buscar a caixa das ferramentas. Voltou e pousou-a no chão, entre as pernas, encostada à extremidade da montra, o que lhe aumentou consideravelmente a distância de acesso ao equipamento. As pernas abertas também não ajudavam muito ao equilíbrio. Não sei quantas vezes, deu um passo atrás, e baixou-se à procura da chave certa. De todas as vezes que o fez, permitiu-me que visse o fundo das suas costas… peludas. Invulgarmente peludas.
O espanto que aquele Terceiro Técnico me causava, não havia meio de cessar. Tive mesmo que me encostar ao balcão, depois de o ouvir dizer:
- Ah!... É a bateria.
Como se tivesse feito uma descoberta genial. Não disse, mas se o ouvisse a acrescentar, “só podia ser”, juro que já não me surpreendia.
Admiro o empregador deste Terceiro Técnico. Há pessoas bondosas. Merecem mesmo, o céu.
quinta-feira, setembro 08, 2005
A importância dos afectos
- Oh, Mãe!... sabes qual foi a prrofessorra (pois… carrega um bocadinho nos “res”) que mais gostei até hoje?
- Não – respondei, fartinha de saber – diz lá.
- Foi a prrofessorra (eheh…) Rosa.
- Ai, é? Então porquê? (era suposto querer saber).
- Então… porque de todas as prrofessorras que tive, esta foi a que gostou mais de mim.
Já tivemos esta conversa dezenas de vezes. Penso sempre a mesma coisa. É curioso o motivo pelo qual ela preferiu a “prrofessorra” Rosa. Não foi porque era a mais gira, nem porque era a mais divertida. Tão-pouco por ter sido a mais liberal ou pelo contrário, a mais regrada. Foi mesmo, porque foi a que lhe conseguiu mostrar maior afecto. A importância dos afectos, nas nossas vidas. Insuflam-nos a auto-estima. Fortalecem-nos. Marcam-nos para a vida toda.
- Não – respondei, fartinha de saber – diz lá.
- Foi a prrofessorra (eheh…) Rosa.
- Ai, é? Então porquê? (era suposto querer saber).
- Então… porque de todas as prrofessorras que tive, esta foi a que gostou mais de mim.
Já tivemos esta conversa dezenas de vezes. Penso sempre a mesma coisa. É curioso o motivo pelo qual ela preferiu a “prrofessorra” Rosa. Não foi porque era a mais gira, nem porque era a mais divertida. Tão-pouco por ter sido a mais liberal ou pelo contrário, a mais regrada. Foi mesmo, porque foi a que lhe conseguiu mostrar maior afecto. A importância dos afectos, nas nossas vidas. Insuflam-nos a auto-estima. Fortalecem-nos. Marcam-nos para a vida toda.
quarta-feira, setembro 07, 2005
Anjo da guarda
terça-feira, setembro 06, 2005
sábado, setembro 03, 2005
Conversas
Sou danada para conversar. Aquelas conversas que não têm fim. São apenas, interrompidas pelo cansaço, sendo sempre possível serem retomadas, assim haja oportunidade para isso.
Obviamente, nem com toda a gente, se consegue manter este tipo de conversa. Terão que ser, tal como eu, pessoas resistentes. De preferência de opinião contrária à minha. Não há nada mais maçador do que a permanente concordância.
Penso contudo, que a troca de argumentos, até mesmo o confronto com eles desenvolvido, não passa disso mesmo. Longe vai o tempo, se alguma vez o vivi, em que tinha a ilusão, a pretensão, de convencer alguém com os meus argumentos.
É verdade que em tempos de adolescência, havia certos temas que não conseguia discutir, sem que me brilhassem demais os olhos, sem que a minha voz se mantivesse sempre, abaixo do nível do enfurecimento. Cheguei mesmo a abandonar certos temas de conversa, durante alguns anos. Mas foram eles, somados uns em cima dos outros, que me fizeram compreender que as discussões, as trocas de argumentos, de opiniões, em que me envolvo, não pretendem mudar nada. Eu sei isso.
Ai de mim, se a seguir a uma conversa, me não mantivesse à mesma no Benfica, não continuasse a ser crente em coisíssima nenhuma, trocasse as minhas calças de ganga por saias travadas, deixasse de aceitar a diferença, ou não pudesse continuar a dizer aquilo que desejo quando a isso me disponho.
Pelo-me por uma boa conversa, sim. Daquelas que me mantenham acordada. Daquelas que se desenvolvem mutuamente, atravessando a troca de argumentos, mas que nunca tenham termo com a expressão: Pois, mas eu não quero ou não gosto, assim. É que só nessa altura, percebo que eu sei que não pretendo mudar nada, mas a pessoa com quem converso, não sabe, nem quer saber. Torna-se por isso, o confronto, desigual. E eu perco a capacidade de argumentar.
Há coisas que têm que mudar, sim. Sobretudo aspectos de carácter social. E sobre esses também é preciso discutir, pois claro. Promover e consolidar a formação. Mas isso é um trabalho moroso em termos de resultado. E é outro assunto.
Obviamente, nem com toda a gente, se consegue manter este tipo de conversa. Terão que ser, tal como eu, pessoas resistentes. De preferência de opinião contrária à minha. Não há nada mais maçador do que a permanente concordância.
Penso contudo, que a troca de argumentos, até mesmo o confronto com eles desenvolvido, não passa disso mesmo. Longe vai o tempo, se alguma vez o vivi, em que tinha a ilusão, a pretensão, de convencer alguém com os meus argumentos.
É verdade que em tempos de adolescência, havia certos temas que não conseguia discutir, sem que me brilhassem demais os olhos, sem que a minha voz se mantivesse sempre, abaixo do nível do enfurecimento. Cheguei mesmo a abandonar certos temas de conversa, durante alguns anos. Mas foram eles, somados uns em cima dos outros, que me fizeram compreender que as discussões, as trocas de argumentos, de opiniões, em que me envolvo, não pretendem mudar nada. Eu sei isso.
Ai de mim, se a seguir a uma conversa, me não mantivesse à mesma no Benfica, não continuasse a ser crente em coisíssima nenhuma, trocasse as minhas calças de ganga por saias travadas, deixasse de aceitar a diferença, ou não pudesse continuar a dizer aquilo que desejo quando a isso me disponho.
Pelo-me por uma boa conversa, sim. Daquelas que me mantenham acordada. Daquelas que se desenvolvem mutuamente, atravessando a troca de argumentos, mas que nunca tenham termo com a expressão: Pois, mas eu não quero ou não gosto, assim. É que só nessa altura, percebo que eu sei que não pretendo mudar nada, mas a pessoa com quem converso, não sabe, nem quer saber. Torna-se por isso, o confronto, desigual. E eu perco a capacidade de argumentar.
Há coisas que têm que mudar, sim. Sobretudo aspectos de carácter social. E sobre esses também é preciso discutir, pois claro. Promover e consolidar a formação. Mas isso é um trabalho moroso em termos de resultado. E é outro assunto.
quinta-feira, setembro 01, 2005
Preciso de ver os miúdos
Pareceu-me tão ridículo ouvir a minha voz a dizer isto.
Mas, disse. Voltava a dizer. Se não me tivessem feito a vontade, imediatamente.
A sério que penso… que estou convencida, que o aspecto mais difícil de suportar em consequência à separação com o pai dos meus filhos, é mesmo a partilha dos mesmos. 1 mês de férias com o pai. É perfeitamente insuportável. Mais uma semana que fosse e rebentava comigo. Estou por um fio. O termo certo é mesmo: desesperante.
É evidente que esta verificação me fez pensar. O estado a que cheguei, ao final de um mês, assusta-me. Tento analisar a questão de uma forma fria, resoluta e útil, tentando evitar futuros danos. Obviamente, não consigo. Conseguirei certamente, a pouco e pouco.
Há contudo, uma conclusão que já vinha fazendo e que salta logo à vista. A minha dependência. O facto de não me conseguir sentir bem, sem que isso dependa de outras pessoas. Desagrada-me tanto esta verificação. Faz-me sentir frágil. Tão frágil que nem me acanho a pedir ajuda.
Mais uma vez, o meu pensamento corre para uma imagem. Um filme, neste caso. Monster’s Ball – Depois do ódio. É tão efémera a força. É tão possível passar de um estado resistente para a fragilidade. Basta apenas que aconteça uma coisa: um abanão nos nossos pilares.
Reconhecer isto, com humildade, com verdade, mas sem auto comiseração, parece-me difícil, mas absolutamente necessário para a recuperação dos nossos pilares. Para de um estado frágil, voltar a enfortecer. Mais. Absolutamente fundamental, para que nos possamos defender de futuros abanões.
A grande questão, aqui, no meu ponto de vista, nesta que tento construir, é a possibilidade do reforço dos pilares, sem que o mesmo, dependa de mais ninguém, senão de nós próprios. Será isso, possível? Conseguiremos nós, defender-nos de uma forma tão auto-suficiente, vivendo rodeados de tanta gente? E se o conseguirmos, não correremos o risco de prescindir do relacionamento com os outros, de tão auto-suficientes nos tornarmos? Não correremos nós, o risco de construir um mundo só nosso?
Mais uma vez, a virtude estará no meio-termo. Mas, qual?
Curiosamente, há umas semanas atrás, em conversa com uma miúda tranquila com a vida, verifiquei que na opinião dela, o segredo está na generosidade. Se vivermos num estado de generosidade, de abertura, com o próximo, com a vida, connosco próprios, vivemos tranquilos. Pareceu-me tão inteligente aquela afirmação. Fez todo o sentido, na altura. Depois vi o filme, do qual retirei uma mensagem idêntica. Li ainda, umas coisas que escrevi há uns tempos atrás. E construí uma quase convicção: Se nos construirmos sobre esse tal estado de graça, de generosidade e nos orientarmos em função dos outros e do bem-estar que lhes conseguirmos proporcionar, se sairmos de nós próprios e das nossas necessidades, atingimos a liberdade absoluta. Faz sentido. Todo o sentido. Se não temos necessidades, sentimo-nos confortáveis.
A “quase convicção” cai por terra, com a maior das facilidades, quando afinal, me oiço a dizer: Preciso de ver os miúdos. Quando afinal percebo que não consigo sair de mim e das minhas necessidades. Será talvez, uma questão de persistência. Talvez não seja fácil. Talvez haja um caminho a percorrer.
Mas, disse. Voltava a dizer. Se não me tivessem feito a vontade, imediatamente.
A sério que penso… que estou convencida, que o aspecto mais difícil de suportar em consequência à separação com o pai dos meus filhos, é mesmo a partilha dos mesmos. 1 mês de férias com o pai. É perfeitamente insuportável. Mais uma semana que fosse e rebentava comigo. Estou por um fio. O termo certo é mesmo: desesperante.
É evidente que esta verificação me fez pensar. O estado a que cheguei, ao final de um mês, assusta-me. Tento analisar a questão de uma forma fria, resoluta e útil, tentando evitar futuros danos. Obviamente, não consigo. Conseguirei certamente, a pouco e pouco.
Há contudo, uma conclusão que já vinha fazendo e que salta logo à vista. A minha dependência. O facto de não me conseguir sentir bem, sem que isso dependa de outras pessoas. Desagrada-me tanto esta verificação. Faz-me sentir frágil. Tão frágil que nem me acanho a pedir ajuda.
Mais uma vez, o meu pensamento corre para uma imagem. Um filme, neste caso. Monster’s Ball – Depois do ódio. É tão efémera a força. É tão possível passar de um estado resistente para a fragilidade. Basta apenas que aconteça uma coisa: um abanão nos nossos pilares.
Reconhecer isto, com humildade, com verdade, mas sem auto comiseração, parece-me difícil, mas absolutamente necessário para a recuperação dos nossos pilares. Para de um estado frágil, voltar a enfortecer. Mais. Absolutamente fundamental, para que nos possamos defender de futuros abanões.
A grande questão, aqui, no meu ponto de vista, nesta que tento construir, é a possibilidade do reforço dos pilares, sem que o mesmo, dependa de mais ninguém, senão de nós próprios. Será isso, possível? Conseguiremos nós, defender-nos de uma forma tão auto-suficiente, vivendo rodeados de tanta gente? E se o conseguirmos, não correremos o risco de prescindir do relacionamento com os outros, de tão auto-suficientes nos tornarmos? Não correremos nós, o risco de construir um mundo só nosso?
Mais uma vez, a virtude estará no meio-termo. Mas, qual?
Curiosamente, há umas semanas atrás, em conversa com uma miúda tranquila com a vida, verifiquei que na opinião dela, o segredo está na generosidade. Se vivermos num estado de generosidade, de abertura, com o próximo, com a vida, connosco próprios, vivemos tranquilos. Pareceu-me tão inteligente aquela afirmação. Fez todo o sentido, na altura. Depois vi o filme, do qual retirei uma mensagem idêntica. Li ainda, umas coisas que escrevi há uns tempos atrás. E construí uma quase convicção: Se nos construirmos sobre esse tal estado de graça, de generosidade e nos orientarmos em função dos outros e do bem-estar que lhes conseguirmos proporcionar, se sairmos de nós próprios e das nossas necessidades, atingimos a liberdade absoluta. Faz sentido. Todo o sentido. Se não temos necessidades, sentimo-nos confortáveis.
A “quase convicção” cai por terra, com a maior das facilidades, quando afinal, me oiço a dizer: Preciso de ver os miúdos. Quando afinal percebo que não consigo sair de mim e das minhas necessidades. Será talvez, uma questão de persistência. Talvez não seja fácil. Talvez haja um caminho a percorrer.
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