Linda!... sei que te vou por a chorar. Faço-o, porque estou certa que não vai ser um choro de tristeza. Apenas te vou comover. E nem é por isso sequer, que o faço. Estas linhas têm que ser escritas, como algo que se deve fazer, sob pena de não ter sido feito. A angústia da oportunidade que se perdeu. Tem-me dado para isto, ultimamente. Deve ser da idade. E isto da blogosfera é um óptimo fio condutor. Alguns aproveitam para expressar opiniões. Eu cá… digo tudo como os malucos. O que me vai na alma, claro. Por isso, encosta-te e acende um cigarro. Manda os putos para a tua sogra. Desliga o telefone e lê-me… se fazes o favor. É para ti que escrevo e todos, vão ser testemunhas.
Há uns tempos, escrevi No Domingo Passado (já o publiquei). A propósito do Livro do Riso e do Esquecimento, de Milan Kundera, falei de ti. Sim, foste tu que mo oferecestes, antes de ir embora. Referi-me a ti, como “aquela que foi um dia, a minha melhor amiga”, como se já não fosse. Foi assim que escrevi. Confesso, que nestes últimos 10 anos, em que não te ponho a vista em cima, me surgiram algumas (poucas) dúvidas. Esse deve ter sido um dos dias. Tens que convir, que legítimas. Tu própria, as deves ter tido, também. Não será patético, referirmo-nos a uma pessoa que já não vemos há 10 anos, com quem falamos meia dúzia de vezes por ano (ao telefone, claro está) como sendo a nossa melhor amiga? Afinal, acabamos por ter outras amigas que nos estão mais perto, a quem vemos os olhos, a quem damos abraços, com quem trocamos desabafos. Tenho razão, ou não (apesar disto estar a parecer um discurso)? É, linda!... eu sei que te revês nestas palavras e sabes onde quero chegar. E nem os olhos me vês.
Melhor amiga? Que lamechice. Sim, será. Para muitos. Não para ti. Ainda por cima, agora. Longe da Pátria. Longe da família. Longe da língua. Fechada em casa, com 2 filhos. Eu sei que te vai saber bem, Ivone. E juro-te, que a mim, também.
Eu sou a Ana Quinteiro. Tenho 41 anos. A minha melhor amiga é a Ivone Leite. Conheço-a há 21 anos. E acho que vai ser sempre a minha melhor amiga. Porque nem precisa de me ver os olhos para saber o que sinto. Porque se vê doida para adormecer, depois de falar comigo ao telefone. Porque se sente pequenina, cada vez que os meus problemas lhe invadem o pensamento. Porque não me abraça há 10 anos e continua a ter vontade de o fazer.
Desculpa, linda!... tinha mesmo que ser. Tu lês-me aqui, todos os dias. Hoje escrevi eu para ti, em público.
Beijinho grande. Muita saudade.
8 comentários:
Chorei, chorei, chorei...chorei de saudade e de alegria por te ter como a minha grande amiga...Fiquei com uma vontade dolorasa de estar contigo, miúda!...Fiquei a adivinhar esses teus olhos grandes e infantis p'raí com umas lagrimitas...Imagina, são quase 5 da manhã e ainda estou acordada a pensar nos nossos velhos tempos; nas nossas conversas que se estendiam até às madrugadas...saudade! Hoje foi um dia de grande comoção.Falei durante uma hora contigo ao telefone e, agora esse teu post!...
Adoro-te Ana!
Um grande bem-haja por seres a minha Grande Amiga!
Ivone
:-)
É bela a amizade :-)
Só tu consegues imaginar "lagrimitas nos meus olhos grandes e infantis". E eu... só assim te consegui arrancar um comentário, eheh. Beijunho grande, miga.
Outro para a Inconformada e o Yardbird.
Bemmm... isto de fazer rolar lágrimas de um lado para o outro do Atlântico, vai mas é gerar ainda um maremoto!!
(e eu ainda terei que lançar uns icebergs para acalmar a cena - começando por congelar as minhas, claro)
:-)
Já ando há séculos para escrever sobre isto (que sinto sob a minha prórpia pele) mas ainda está atravessado nos quintos de sei lá onde... um dia destes sai, ides ver e depois... queixem-se eheheh.
Solta as palavras, Riacho. Não te acanhes. Também deixaste uma grande amiga deste lado? Beijinho.
PS - Quatro?... Ah!... grande mulher. Parabéns pela coragem (mesmo que te parece mais inconsciência).
:-)
Para dizer a verdade, deixei muito mais do que uma só amiga...
(os '4' cantos da minha loucura, são a minha perdição)
Beijinho para ti amiga.
Caramba Aq, até eu chorei!
E tenho-as todas bem juntinhas a mim, umas mais outras menos, mas são aquelas partes de mim, fantásticas, necessárias, nossas!
Parabéns às 2, 10 anos é um "carradão" de tempo!
Enviar um comentário