Não estou certa, mas há perto de 1 ano que na igreja começaram as obras. Começaram, pararam, recomeçaram, tornaram a parar… Aquele que era um dos pontos de maior movimento nesta aldeia que me acolheu, tornou-se um local moribundo, apagado. Até o sino deixou de me fazer companhia.
No princípio da semana passada, tomei conhecimento que ia reinaugurar no dia de ontem. Havia quase tudo por fazer. Parecia impossível preparar aquela igreja para o dia de ontem. E muitos eram aqueles que se faziam ouvir com essa opinião.
A azáfama foi grande, ao longo de toda a semana, principalmente na 5ª Feira, que foi feriado. Era ver os homens a acartar baldes de cimento para as traseiras da igreja, as mulheres equipadas de vassoura e balde, as carpetes a apanhar sol, as árvores a serem plantadas à última hora, enfim… um corre-corre fora do comum.
Mas no dia de ontem, a igreja reinaugurou mesmo. Com direito a procissão e tudo. E o sino, já toca de novo.
fotos aq
Calha-me agora dizer que me dei conta da capacidade do padre ao conseguir mobilizar tanta gente e da mesma gente que com este tórrido calor ribatejano (que a mim só me deixa reagir o corpo, à custa de banhos de água fria) foi capaz de se tornar imparável, incansável. Essa gente a que me refiro eram homens (uns 5 ou 6) que estavam a ser pagos pelo seu trabalho, e eram sobretudo, mulheres (muitas) que não receberam dinheiro algum pelo seu préstimo.
Da casa do Senhor, me desviei há muito tempo. Hoje acredito na generosidade dos homens (e na falta dela). E sim, encontro mais facilmente essa característica, nas mulheres.
Comovi-me quando ouvi o sino tocar e sobretudo, senti-me orgulhosa por se ter conseguido reinaugurar a igreja no dia de ontem (apesar de eu não ter dado o mínimo contributo). Calaram-se pois, os que desconfiaram ser possível. Os que não acreditaram na força excepcional da convicção, da bondade. Mas mesmo assim, dificilmente, admitirão o poder da generosidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário