sexta-feira, dezembro 17, 2004

Mais uma Primeira Vez


Sentei-me no chão, em frente à lareira, com os pés descalços, a tocar no tijolo morno e fiquei assim… até sentir o rosto lambido pelo calor das chamas. Dançavam vaidosas em cores alegres, as chamas. Ateei-as, provoquei-as.

Estavam as chamas vaidosas e eu, de queixo duro e olhos caídos mas secos. Estavam também imagens com formas, sem formas, que ondulavam num vaivém involuntário, para dentro e para fora da minha memória. Sem pedir licença, sem deixarem marca ou lugar marcado, as imagens, com formas e sem formas, com rosto e sem rosto.

Havia uma palavra que persistia: fantasia.

Havia uma tristeza descaradamente real que me tirava a força: amanhã não posso ir à festa de Natal da escola, dos meus filhos. É a primeira vez que não vou. Mais uma, primeira vez.

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Não era este o post destinado ao meu regresso, a estas lides. Mas foi o que me apeteceu agora e decidi assim. Melhores dias virão. Beijinhos a todos. E sim, tenho andado por aí a ler-vos. Apenas não tenho tido tempo para reagir.

Sintam um abraço.

8 comentários:

PARTILHAS disse...

Querida,
Wellcome,
(())
Muitos e muitos. Gigantes e Monstruosos. Daqueles, que te deixavam só uma vontade enorme de sentir abraços, virtuais ou não. Olhares fortes e cheios de energia. Com muito mimo.
Imagina, que é a primeira vez.
Afinal, vê o outro lado... Na nossa idade e ainda primeiras vezes(?)... Nem todos se podem gabar do mesmo.
Mais beijos muitos.

MCV disse...

Ora, para começar, um grande abraço.
Bem vinda de volta.
Fantasias do fogo. Também eu me detinha na sua companhia horas a fio, pela noite dentro.
Coisas que já não posso gozar pelo menos no mesmo sítio.
Mas a seguir a cada Inverno, existe um Verão, como disseste.
Força, menina.

Aq disse...

Partilhas, amiga... senti-os todos, muitos e muitos. Souberam-me bem, neste contexto digamos, de aprendizagem. Beijinho grande.

Manuel,
Que saudades. Afinal, a tua memória não te trai assim tanto, vês?
Um abraço, sim.

VdeAlmeida disse...

Apesar da tristeza que embebe o texto, sobrevem a alegria que sinto por te voltar a "sentir" por perto.
Voam os meus braços, em abraço sentido que já tinha muita vontade de te dar. Mesmo que só por aqui, pelo virtual
Quatro beijos e um xi apertado :-)

Aq disse...

Um abraço quente com 1.74?!... hum!... parece que me aquecia mais que a própria lareira, sim (se não me sufucasse, que eu cá, só dou abraços com 1.63, e fininhos, eheh). És uma querida, Fia. Beijinho grande.

Que venham então esses braços em abraço sentido, Yardbird, que também já me apetecia.
PS - Obrigado pela permanente presença, durante a minha temporária ausência. Ficou registado. Beijinho grande.

Aq disse...

Sabes, Orelhas Quentes?!... costumo dizer uma coisa parecida. Digo muitas vezes, para ver se interiorizo. Momentos há, em que a força dessa convicção se torna temporáriamente ausente. Também faz parte da vida... o espaço para a tristeza. Mas, eu estou bem. Espero que tu também, eheh. Beijinho.

inconformada disse...

Não resististe pois não ? :-)
E é tão bom (re)ver-te por aqui !
Beijo enorme amiga. Lembraste-me Ivan Lins: "Começar de novo e contar comigo, vai valer a pena, ter amanhecido..."

Aq disse...

É, não resisti. Faz-me falta, sabes? De resto... está a valer a pena, sim. Beijinho, amiga.