quinta-feira, março 15, 2007

Sapos grandes

Maria dos Anjos apercebe-se que a sua colega de trabalho age incorrectamente. Como não chefia a colega e não são amigas chegadas, entende que não deve opinar sobre o seu comportamento.

Maria dos Anjos é chamada a uma reunião de direcção. A sua colega, também. São ambas alertadas, não a propósito do comportamento da colega, mas no geral, a propósito de atitudes assim tipificadas, no sentido de serem evitadas.

Se Maria dos Anjos reagisse à chamada de atenção, denunciava a colega, por isso, resolveu engolir um sapo. Duas horas depois, ainda o sapo não tinha chegado ao estômago. Coaxava que se fartava, queixando-se.

Maria dos Anjos já conseguiu aprendeu que é sinal de maturidade e racionalidade, em determinados contextos, usar da palavra apenas e estritamente quando é necessário, por isso conseguiu calar-se.

Mas, Maria dos Anjos tem dificuldades de aprendizagem. Sobretudo, não consegue aprender a calar-se sem que isso lhe faça doer o estômago. Literalmente, doer.

Não sei se haverá plano individual de aprendizagem que lhe valha.

4 comentários:

Anónimo disse...

Vou contar-te um segredo que também me contaram há muito tempo. Esse sapo não existe, porque a Maria dos Anjos foi leal mesmo para quem não o merecia. Ela que respire fundo... bem fundo, que a sensação de "sapo" é difícil de ignorar, mesmo quando sabemos qie os sapos não existem. Um dia, não te sei dizer quando mas esse dia chegará, alguém retribuirá o gesto que ela soube ter e não haverá "sapo" que sobreviva :-)
Beijo grande, minha linda

VdeAlmeida disse...

Nunca lidei bem com essas situuações. Mas nunca me passou pela cabeça falar. Penso que agora também já não dá para mudar :-)
Beijinho grande

Paula disse...

Porque carga de água é que se há-de engolir os sapos. Os ditos srs que me perdoem mas não exaltam de maneira alguma as papilas gustativas nem os olhos ( que também comem como é claro). Há é que libertar o sapo e deixá-lo coachar à sua vontade.

E tenho dito!



ps:peço desculpa pela ausência.

Anónimo disse...

Sabes, Maria Alfacinha?!... a minha mãe também já me tinha contado esse segredo e também me ensinou esse conceito de retribuição ou recompensa. Mas acredita que hoje em dia, apenas me oriento por esse principio porque ele me foi bem ensinado e porque a minha consciência é a minha pior inimiga, porque acreditar verdadeiramente nele (nesse princípio) não sei se ainda acredito. Abraço apertado.

É Yardbird, os valores bem consolidados, dificilmente se perdem, mesmo que isso faça de nós uns grandes otários, como é o caso da Maria dos Anjos. Beijinho grande.

É, Paula... porque carga d'água?... tem sido essa a minha questão, apesar de saber a resposta, claro. É sempre um prazer receber-te. Beijinho.